Entre 15 e 26 de setembro foram constatados 836 hectares de novas áreas desmatadas de Mata Atlântica no Paraná. O número equivale a 1,1 mil campos de futebol oficiais. Esse é dado faz parte do balanço da 8ª edição da Operação Mata Atlântica em Pé do BPMA (Batalhão de Polícia Militar Ambiental) do Paraná, divulgado nesta sexta-feira (3).
Além das áreas desmatadas, o BPMA registrou, durante o período da operação, 108 autos de infração e aplicou R$ 19,1 milhões em multas. Também foram fiscalizados 875 hectares já embargados em anos anteriores, onde imagens de satélite demonstraram o descumprimento das restrições ambientais com a continuidade de atividades como agricultura e pecuária.
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"A manutenção de atividades econômicas em áreas já embargadas, como agricultura e pecuária, constitui uma das infrações mais graves, pois impede a regeneração natural da vegetação nativa. Esse tipo de conduta compromete não apenas o equilíbrio ambiental local, mas também a função ecológica do bioma Mata Atlântica em todo o território”, explica o comandante do BPMA, tenente-coronel Alvaro Gruntowski. “O trabalho da unidade é assegurar que esses espaços sejam protegidos e que a legislação ambiental seja cumprida de forma rigorosa”.
Criada no Paraná, a Operação Mata Atlântica em Pé se expandiu nacionalmente e chegou em 2025 à sua 8ª edição em nível federal, abrangendo os 17 estados que compõem a área original do bioma. No Paraná, a operação é coordenada pelo Ministério Público, com apoio do Ibama, IAT (Instituto Água e Terra) e demais órgãos ambientais.
O valor arrecadado com o pagamento dessas multas é destinado ao Fema (Fundo Estadual do Meio Ambiente) do Paraná. Os recursos – administrados pelo IAT e aplicados conforme deliberação de um conselho – podem ser direcionados a projetos de recuperação e proteção ambiental. Essas ações podem ser executadas por órgãos ambientais e de fiscalização, como o Batalhão de Polícia Ambiental e o próprio IAT, além de outras instituições habilitadas a desenvolver tais projetos.
As áreas embargadas continuarão sendo fiscalizadas, especialmente em locais onde imagens de satélite indicam a continuidade de atividades que impedem a regeneração da vegetação nativa. A população pode colaborar denunciando crimes ambientais de forma anônima pelo Disque Denúncia 181.