Continuam até sábado (25) as apresentações do espetáculo “Lírica Preta” que leva para o palco do Ouro Verde um retrato poético das lutas pela liberdade, respeito, preservação da cultura afro-brasileira e igualdade social.
Através de um processo de estudo e pesquisa, o espetáculo resgata a narrativa de cinco cantoras líricas pretas brasileiras: Joaquina Lapinha, Camila Maria da Conceição, Zaíra de Oliveira, Maura Moreira e Maria d´Apparecida.
As apresentações acontecem no Teatro Ouro Verde, na sexta (24) e no sábado, sempre às 20h com ingressos gratuitos que devem ser retirados a partir das 19h, na bilheteria do teatro. Classificação indicativa livre.
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O projeto, aprovado pelo PROMIC – Programa Municipal de Incentivo à Cultura da Secretaria Municipal da Cultura (SMC) e idealizado por um grupo de artistas, conta com a participação como solistas de duas cantoras líricas negras da atualidade: as irmãs Edna D´Oliveira e Edineia de Oliveira.
Também participam os músicos da OSUEL sob a regência do maestro convidado Alessandro Sangiorgi. A grande novidade é que a Orquestra também estará no palco no sábado, data da última apresentação do espetáculo “Lírica Preta”.
A montagem tem dramaturgia e direção cênica de Carin Louro, direção musical e preparação do coro de Edineia de Oliveira, pesquisa histórica de Edna d’Oliveira, além de cenografia e figurinos de Gelson Amaral.
O projeto conta ainda com parcerias importantes como a que foi firmada com o Laboratório de Cenografia & Cenotécnica, outro projeto que contou com o patrocínio do PROMIC, Fábrica Rede Popular de Cultura e Secretaria Municipal de Cultura, além do Coletivo Pimbim, de iluminação cênica. A produção leva a assinatura da PÁ! Artística.
PALESTRA
No sábado (25), às 10h, a cantora lírica Edna D’Oliveira, uma das solistas do espetáculo “Lírica Preta" e professora no projeto “Ópera, Por Que Não?”, profere uma palestra no Cine Teatro Universitário Ouro Verde, aberta para toda a comunidade, às 10h.
A partir do título “Negras Líricas”, a pesquisadora fala ao público sobre a trajetória de cantoras negras brasileiras, tema que também é a inspiração do espetáculo e cartaz no Cine Teatro Ouro Verde.
“Durante as minhas pesquisas sempre me senti muito inquieta com relação à invisibilização das mulheres negras na ópera e o processo que os negros sofreram dentro da música erudita por causa do racismo estrutural. Os negros escravizados foram os responsáveis pela execução e o estudo da música erudita, da ópera e música de concerto no tempo da escravidão, onde os fazendeiros, para mostrar poder financeiro, tinham orquestras, grupos de música de câmara e músicos, todos eles escravos, instruídos na música. Com as leis escravocratas muito duras, eles foram desaparecendo da música de concerto e da ópera no Brasil. A minha pesquisa mostra que a música no Brasil começou com os nossos ancestrais pretos e pretas”, afirma.
Leia a reportagem completa na FOLHA DE LONDRINA: