Ventos de até 72 km/h passaram por Londrina na noite de domingo (27) e provocaram a queda de pelo menos 22 árvores e o corte de energia elétrica em vários pontos da cidade. Os estragos causaram a interdição de vias e deixaram pelo menos 1,8 mil domicílios no escuro até o último balanço divulgado pela Copel (Companhia Paranaense de Energia). O abastecimento de água também foi afetado.
Segundo a meteorologista Heverly Morais, do IDR-PR (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná), a ventania, registrada das 21h às 23h, foi em consequência de uma passagem de uma frente fria com um ciclone extratropical no oceano, na altura do Rio Grande do Sul.
A força do vento registrada em Londrina é considerada como "fortíssima", e a ventania permaneceu por cerca de duas horas, o que contribuiu para a queda de árvores e demais estragos. Desde a noite deste domingo até a manhã desta segunda-feira (28), a cidade registrou 23,8 milímetros de chuva.
Com a passagem do ciclone extratropical, a previsão é de que uma massa polar chegue e derrube as temperaturas. A mínima para esta terça-feira (29) deve ficar entre 7°C e 8°C em Londrina. “Agora começa a esfriar e as tardes não vão ser tão quentes”, explica, complementando que a máxima não deve passar dos 20°C. Não há previsão de chuvas para o restante da semana.
Queda de árvores
Uma das árvores caiu na esquina entre as ruas Rangel Pestana e Alfredo Battini, na zona oeste, interditando o trecho das vias e deixando a região sem energia elétrica. A araucária, de cerca de 12 metros, está sendo cortada e retirada por uma equipe da Sema (Secretaria Municipal do Ambiente) na manhã desta segunda-feira. A expectativa era de que o trabalho fosse concluído em duas horas.
A árvore ficava dentro de uma propriedade alugada por um escritório de advocacia. A queda danificou a grade do estabelecimento e também um veículo. De acordo com uma funcionária de um condomínio próximo ao endereço, a araucária começou a secar após a retirada da grama e construção de um calçada. Segundo ela, moradores da região já comentavam sobre o risco de a árvore cair, já que perdeu a coloração verde há alguns meses.
Outra queda de árvore foi registrada na avenida Universo, também na zona oeste, no trecho que dá acesso à Avenida Tiradentes. Segundo pessoas que trabalham próximo ao local, a árvore caiu nesta segunda, por volta das 7h, e o local segue interditado. Com a queda, a árvore atingiu a fiação elétrica e o poste, que também caiu.
Outro registro de queda de árvore foi na Rua Joel Braz de Oliveira, no Jardim Guararapes, zona leste de Londrina, danificando a lixeira de uma residência. A Folha também questionou a Defesa Civil sobre outras ocorrências causadas pelo vendaval e aguarda o retorno.
Semáforos
Por causa da queda de energia, alguns semáforos da Avenida Tiradentes não estão funcionando. Os pedestres que precisam atravessar a avenida precisam contar com a boa vontade dos motoristas. Questionada pela reportagem, a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização de Londrina) disse que as equipes já fizeram a manutenção no local, incluindo a recomposição da fiação, mas que os equipamentos ainda não voltaram a funcionar porque o fornecimento de energia segue suspenso na região.
No cruzamento da Rua Amintas de Barros com a Avenida Higienópolis e com a Rua da Lapa os semáforos também pararam de funcionar em razão de uma colisão de um veículo, que rompeu alguns cabos. "No cruzamento da Higienópolis com Amintas de Barros, a manutenção já foi concluída e o semáforo já voltou a operar. Equipes trabalham agora no cruzamento da Amintas de Barros com Rua da Lapa para colocar o equipamento em operação", detalha a CMTU.
Outro registro de queda de árvore foi na Rua Joel Braz de Oliveira, no Jardim Guararapes, zona leste de Londrina, danificando a lixeira de uma residência. A Folha também questionou a Defesa Civil sobre as ocorrências causadas pelo vendaval. De acordo com a assessoria, foram contabilizadas até o momento 14 quedas de árvore registradas nos endereços: Avenida Adhemar Pereira de Barros, Rua Benjamin Constant, Avenida Chepli Tanus Daher, Avenida Rio de Janeiro, Rua Tapajós, Rua Paranaguá, Avenida Sylvio de Barros, Rua Izídio Frederico Brito, Avenida Madre Leônia Milito, Rua do Falcão, Rua Café Caturra e na Rua Mato Grosso. O número de ocorrências pode aumentar ao longo do dia.
Um destelhamento aconteceu na Rua Celeste Conto Moro, no Residencial Vista Bela.
Desabastecimento de energia e água
Em relação à falta de energia elétrica em Londrina, a Copel disse que pelo menos 1,9 mil unidades consumidoras estão desligadas no momento por conta de danos na rede. Na Região Norte, Wenceslau Braz está com 2,9 mil casas sem energia e Cândido Abreu com 1,9 mil. Em todo o Paraná são mais de 53 mil unidades afetadas.
A falta de energia elétrica desencadeou também o desabastecimento de água na região. Foi o que apontou a Sanepar, por meio de nota, explicando que o sistema de produção de água precisou ser paralisado. Por isso, cerca de 65% dos imóveis de Londrina, principalmente os localizados nas regiões Sul, Leste e Oeste, foram afetados, podendo ter falta de água ou oscilação na pressão.
"A produção de água foi retomada por volta da 1h30 da madrugada. Os níveis dos reservatórios seguem em recuperação, com previsão de retomada da distribuição durante a manhã. Porém, os pontos mais altos e mais distantes dos reservatórios devem ter o abastecimento normalizado apenas no fim do dia", informou a assessoria.
Atualizada às 11h20
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