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Ensecadeira

Vazamento no Igapó, em Londrina, será estancado só no final de semana

Jéssica Sabbadini - Especial para a Folha
25 mar 2025 às 13:06

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Jéssica Sabbadini
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O secretário municipal de Obras de Londrina esteve na manhã desta terça-feira (25) no Lago Igapó 2 (zona sul) para vistoriar o trabalho de contenção do vazamento detectado no último fim de semana, que fez com que o nível de água baixasse pelo menos um metro. Otávio Gomes disse que na segunda-feira (24) foi feita toda a base da ensecadeira, que nada mais é do que uma barragem natural com pedras feita no entorno do local para barrar o vazamento. A expectativa é de que a intervenção seja concluída até o fim de semana.


Até o momento, já foram colocados 22 caminhões de pedra e a expectativa é de que pelo menos mais 10 cargas de material bruto sejam depositadas até o fim do dia, além de outras cargas com pedras menores. “A gente vai colocar na parede externa dessa ensecadeira, fazendo com que ela fique impermeabilizada”, detalha. 

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O objetivo do trabalho é estancar o vazamento, impedindo a entrada de água. A partir de quinta-feira (27), vão ser colocadas membranas, semelhantes a um feltro, para que o local seja impermeabilizado por completo. A expectativa é de que a intervenção seja concluída até o fim de semana.

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NÍVEL DA ÁGUA


Na segunda-feira pela manhã, o nível do Lago Igapó 2 estava um metro abaixo do normal, chegando ao final do dia com 1,2 metro mais baixo. Durante a noite, o secretário afirmou que “o nível não baixou e nem subiu”, mas a reportagem notou que as margens do lago estão muito mais visíveis do que antes, com material orgânico e terra espalhados pelo entorno. Em alguns locais, o lago está tão vazio que seria possível caminhar por longos trechos.

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Apesar do vazamento, o secretário garante que o nível do Lago Igapó 1 não está subindo, assim como não existe risco de a Avenida Higienópolis ser “levada pela água”. Isso porque o vazamento foi detectado próximo à ponta da via.


O problema começou no dia 14 de fevereiro, quando o rompimento de um vertedouro fez com que a água do lago começasse a escoar. Como solução paliativa, a prefeitura colocou bags de areia que pesam mais de 1,2 tonelada no local.

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A situação se agravou no último sábado (22) com o rompimento de uma caixa de transferência. A força da água fez com que as bags fossem sugadas. “Isso nos acendeu todos os alertas possíveis quanto à questão do risco de algum curioso entrar ali e ser sugado também”, aponta. Para isso, foi colocado uma tampa de concreto sobre o redemoinho que se formou no local do vazamento. Todo esse material, segundo ele, só será retirado quando o problema for resolvido e não trazer mais riscos à população. 


ILHAS AO LONGO DO LAGO

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Com o nível mais baixo do Igapó 2, as equipes fizeram uma visita ao longo do lago para avaliar outros problemas. Uma das situações é uma tubulação da Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná), que corta o lago. Isso, segundo ele, vem causando a formação de pequenas ilhas, já que serve como uma barreira para os resíduos.


De acordo com a Sanepar, tratam-se de tubulações de água que ligavam a captação do Ribeirão Cafezal até a Estação de Tratamento Cafezal, na avenida Juscelino Kubitschek. Em 2022, após a interligação da linha que passa pela avenida Ayrton Senna, estas tubulações foram desativadas. Segundo a empresa, essas tubulações não podem ser retiradas devido à dificuldade de acesso e condições do local para a obra.

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Além disso, o secretário detalha que foi possível identificar o comportamento do Ribeirão Cambé e do Córrego Mundo Novo com o nível mais baixo do Lago Igapó 2. “Nós observamos pequenos assoreamentos nessas estruturas, então estamos avaliando como vamos poder liberar esse fluxo, fazendo com que o Lago Igapó 2 receba de uma forma mais livre a água que vem do Aterro”, ressalta.


Paralelamente, Gomes afirma que o município também está estudando a transformação do Igapó em um lago dinâmico, em que seria possível regular o nível da água. Em dias de chuva, por exemplo, a ideia seria deixar o nível mais baixo para que ele possa conter mais água.

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SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA


Há cerca de um mês, entrou em vigor um decreto emergencial em razão da situação do lago. Na prática, o documento permite a realocação de recursos e agilidade no andamento das obras, já que não há necessidade de entrar em um processo licitatório, por exemplo. 


Sobre isso, Gomes afirma que eles ainda estão em fase de planejamento. “É que vocês não estão vendo ações, mas internamente nós já estamos fazendo os projetos. Isso aqui é um sistema dinâmico, a gente está em uma emergência e as medidas até então paliativas são para não esvaziar o Lago Igapó 2”, explica, complementando que o projeto exige estudo técnico. 


 Os recursos utilizados até agora, segundo o secretário, são do município e envolvem gastos com maquinário, combustível e materiais.


DESASSOREAMENTO


Com 185 mil metros quadrados, o desassoreamento do Lago Igapó 2 geraria, de acordo com o levantamento feito pela Secretaria de Obras, 20 mil caminhões de detritos e material orgânico acomodados no fundo do corpo d’água. Esse destaca o caos que uma operação dessa traria para a cidade: “nós temos que ser muito cautelosos ao tratar do assoreamento”.


Segundo ele, empresas de fora do Brasil demonstraram interesse em apresentar estudos sobre o assunto, utilizando dragas. “Independente se for esvaziando o lago ou fazendo com dragas, esse material tem que ser removido”, aponta.


A partir da retirada, é necessário fazer transporte para um local definitivo que não vá gerar problemas ambientais, o que precisa ser debatido com o IAT (Instituto Água e Terra) e com a Secretaria do Ambiente. “O desassoreamento é um assunto que pode ser resolvido, ao meu ver, em um segundo momento e não agora”, frisa. 


POPULAÇÃO LAMENTA


A empresária Vera Salinet, 69, gosta de caminhar no entorno do Lago Igapó 2, o que ela garante que era para ser o cartão-postal da cidade de Londrina. Mas a realidade é outra. “Está um caos. A gente vê o cuidado com a cidade em outros lugares e aqui não. É uma pena”, lamenta. 


Na mesma situação que o Jardim Botânico de Londrina. É assim que Valdemar Lopes, 78, avalia o descaso no cuidado com o Lago Igapó.  “Eu acho esse lago lindo, mas ele podia ter mais cuidado”, destaca o aposentado, que está pela região todos os dias.


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