O reajuste da tarifa técnica autorizado em dezembro de 2024 pelo ex-prefeito Marcelo Belinati (PP) elevou o custo do bilhete para R$ 11,80 na área atendida pela TCGL (Transportes Coletivos Grande Londrina) e para R$ 10,20 na área operada pela LondriSul. Segundo a Prefeitura, isso gerou um rombo de R$ 100 milhões no Orçamento de 2025, que previa apenas R$ 72 milhões em subsídio.
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No ofício encaminhado à CMTU, o OGPL questiona a composição da tarifa técnica, a margem de lucro e a remuneração das concessionárias, a estrutura operacional do sistema e a destinação do subsídio. O documento também solicita que as planilhas tarifárias sejam publicadas no site da companhia.
“Tendo em vista a magnitude dos recursos públicos envolvidos e a importância do transporte coletivo para a mobilidade urbana, entendemos ser fundamental que a população tenha acesso a informações claras e detalhadas sobre a gestão deste serviço essencial”, completa o documento.
“Temos as planilhas de custo de 2023 e 2024, mas não as de 2025. E como a previsão de aumento é muito substancial, o objetivo maior é entender o que está acontecendo, onde ocorreu esse aumento e o porquê dessa dobra”, disse à FOLHA o advogado e economista Gustavo Ximenez, que é voluntário do OGPL.
Para ele, também é necessário esclarecer qual é a margem de lucro das empresas e confirmar as obrigações contratuais relativas à prestação de informações. “Está no radar justamente ver se não existe uma onerosidade excessiva”, reforçou.
O advogado acrescenta que o Observatório quer ainda detalhes sobre a contratação, pela CMTU, de uma empresa de Curitiba para analisar as planilhas do sistema, ao custo de R$ 140 mil. “Não temos informações do município do porquê contratar uma empresa terceirizada para fazer essa auditoria da planilha de custos”, acrescentou Ximenez.
Em nota, a CMTU informou que “o pedido do OGPL foi recebido, encaminhado à diretoria responsável e será respondido dentro do prazo legal”.
Subsídio em Pauta
Os repasses ao transporte coletivo têm sido uma dor de cabeça desde o início da gestão do prefeito Tiago Amaral (PSD), quando foi identificado um déficit orçamentário. Do rombo de R$ 300 milhões, R$ 100 milhões estão relacionados ao subsídio. Em entrevista coletiva na segunda-feira (1º), o prefeito avaliou que “a conta não fecha”.
“O transporte coletivo é minha maior preocupação porque é uma despesa muito alta”, disse Tiago, que projeta reorganizar os repasses a partir do estudo contratado. Ele considera insustentável manter o subsídio no patamar atual. Em Maringá (Noroeste), por exemplo, a estimativa é que os repasses municipais sejam de R$ 54 milhões em 2026.
O desafio é evitar o aumento da tarifa para o usuário — hoje em R$ 5,75 — e, ao mesmo tempo, atrair mais londrinenses para dentro dos ônibus. Atualmente, apenas 7% da população, pouco mais de 40 mil pessoas, utiliza o sistema. “Temos que aumentar esse número para o transporte ser mais barato e custar menos.”
Na LOA (Lei Orçamentária Anual) de 2026, que tramita na CML (Câmara Municipal de Londrina), a gestão Tiago Amaral prevê R$ 89 milhões para subsidiar o sistema, mas o valor final dependerá da revisão das planilhas. “Nesse caso, [a revisão das planilhas] vai reduzir a despesa, evitando que seja necessário aumentar a receita para fechar as contas”, afirmou o secretário de Planejamento e Orçamento, Marcos Rambalducci.
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