Um professor de informática da rede municipal de ensino está preso preventivamente acusado de ter molestado uma aluna de 9 anos. O crime teria ocorrido durante uma gincana na tarde de sexta-feira na Escola Municipal Bento Munhoz da Rocha, no Distrito de Lerroville, na zona sul de Londrina. Uma segunda vítima do professor já teria sido identificada pela polícia. Ele está preso em uma cela individual na unidade 1 da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL).
O professor tem 52 anos e há 30 trabalha na rede municipal. A família do suspeito, que reside no distrito, é bem conhecida dos moradores. Trabalham ainda na escola a sua esposa e o cunhado dele.
"Ela chegou em casa chorando e contou que saiu do pátio e foi para a sala de aula, onde encontrou o professor. Ele a abraçou e passou a mão nas suas partes íntimas", contou a avó da menina, que cuida da criança desde o nascimento.
Após o relato da neta, a avó procurou a Polícia Militar, que foi até a casa do acusado e efetuou a prisão. O flagrante foi convertido em prisão preventiva pela juíza da 6ª Vara Criminal de Londrina, Zilda Romero.
De acordo com o delegado Cássio Wzorek, que fez a autuação em flagrante, há pelo menos mais um caso confirmado. Mais três meninas serão ouvidas nesta semana. "Eram vítimas que tinham medo ou vergonha de revelar o abuso", ressaltou.
A promotora da Vara da Infância e Juventude, Susana Lacerda, acredita que a revelação do caso encoraje possíveis vítimas a se manifestarem. "Outras alunas, além de moradoras podem ter sido vítimas. Apuramos também o sumiço de computadores da escola, que poderiam conter fotos ou vídeos", relatou a promotora.
O advogado do professor, Nilton Roberto da Silva Simão, tenta a revogação da prisão preventiva. "O fato ainda é precoce. O professor dava aula para mais de 600 crianças e nunca houve reclamações." Simão acredita na hipótese de armação por parte de um inimigo político, porém não deu detalhes e informou que a linha de defesa será montada nos próximos dias. "O objetivo agora e retirá-lo da prisão", completou.
Mariângela Bianchini, diretora pedagógica da Secretaria Municipal de Educação, informou que este é um "caso isolado na rede". A Pasta promoveu uma reunião com o conselho da escola e a Associação de Pais e Mestres (APM). Segunda Mariângela, não cabe ao órgão fazer julgamento antecipado do caso. Além da investigação criminal, os fatos foram encaminhados para a corregedoria municipal que deverá abrir uma sindicância para apurar os fatos.
A acusação contra o professor trouxe preocupação aos moradores. "A gente nunca pensava que ia acontecer isso e fica preocupada, já que os meus dois filhos estudam na escola", relatou uma moradora, que preferiu não se identificar. "Ele é um pessoa séria, muito conhecida e nunca ouvi nada contra ele", frisou o servidor público Amauri Caçula.
O professor vai responder pelo crime de estupro de vulnerável, sem conjunção carnal, com pena prevista de 8 a 15 anos de reclusão.