Na próxima segunda-feira (25), a Prefeitura de Londrina oferece uma atividade que ensinará técnicas e estratégias de defesa pessoal para proporcionar maior segurança às mulheres em situações que possam oferecer riscos à integridade física. A aula é gratuita e irá ocorrer das 14h às 17h, no Centro de Formação da Guarda Municipal (rua Cristina Jorge, 450, Jardim San Izidro, Zona Leste). A iniciativa foi idealizada pela Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres (SMPM) e articulada junto à GM.
Ao todo, foram abertas 50 vagas e ainda há vagas disponíveis. Podem participar mulheres acima de 18 anos, de Londrina e de seus distritos. Para se inscrever, basta entrar em contato pelo número (43) 99945-0056 (WhatsApp), do Centro de Oficinas para Mulheres (COM).
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A aula será iniciada com um bate-papo com as participantes, quando serão apresentadas estatísticas de ocorrências atendidas pela GM em relação à violência contra a mulher, estudo de caso e exemplos do cotidiano. Depois, haverá uma primeira parte prática com instruções sobre alguns golpes básicos como defesa, socos e chutes, seguida de mais dicas de segurança e identificação de comportamentos de risco, prevenção e outros.
A segunda parte abordará técnicas para o contato físico “agarrado” e mais conversas aprofundadas que tratarão da conscientização sobre os cuidados consigo mesma e a necessidade de se priorizar, salientando que o último recurso indicado é entrar em combate.
Em Londrina, no ano de 2024, a GM registrou um total de 576 ocorrências relacionadas à violência contra mulheres. Em 2025, até o momento, o quantitativo é de 360 registros dessa natureza, incluindo ameaças, descumprimento de medida protetiva, lesão corporal, entre outros.
A instrutora principal da aula será a agente da GM Mileni Rodrigues, que atua na instituição há dois anos, prestando serviços pela Guarda Municipal Urbana Comunitária (GMUC). Este grupamento de patrulhamento municipal atende ocorrências da Patrulha Maria da Penha, presta apoio ao SAMU e faz patrulhamento pelos próprios públicos. “Planejamos uma aula básica com golpes simples, mas eficazes, que evoluirá conforme o interesse e envolvimento da turma. A ideia é focar no fácil que funciona, pois em situações de estresse (violência), golpes complexos serão mais facilmente “esquecidos” pelas pessoas”, diz.
Praticante de muay thai há 13 anos, já tendo dado aulas em academias, e de jiu jitsu atualmente, ela contou ter ficado honrada com o convite para ministrar a atividade. “Me sinto contribuindo de alguma forma, para além do meu serviço diário. Gosto de ensinar e poder representar o nome da instituição da qual faço parte. Na GM, atuo após a agressão ter ocorrido, conduzindo a vítima para que ela possa representar contra seu violentador, e na aula poderei ensinar as mulheres sobre a forma de prevenção para que não se tornem vítimas, além de técnicas de defesa para diferentes situações de risco”, afirma.
Rodrigues observa que o curso traz ainda orientações sobre como tentar escapar dos agressores e evitar conflitos, além de aconselhar como denunciar para os canais de segurança e proteção disponíves para as mulheres, quando houver qualquer forma de abuso, incluindo os números 153 (GM/Maria da Penha) e 190 (Polícia Militar).
Também foi responsável pela montagem da aula Rodrigo Tesche, agente da GM desde 2014, onde atua na GMUC, e instrutor de defesa pessoal na instituição desde 2015. Ele é faixa preta de karatê, modalidade que treina desde 1994, já praticou outras artes marciais e, há dez anos, vem aprimorando seus conhecimentos aplicados para o combate real, cujas perspectivas diferem das lutas esportivas. Na aula, ele será auxiliar da GM Mileni Rodrigues e acompanhará todo o desenvolvimento da conversa e ficando à disposição para eventuais dúvidas.
O agente informou que os diálogos envolverão também a questão de relacionamentos e sinais de que o homem é agressor, explicando o ciclo da violência, que tende a se agravar a cada novo desentendimento ou discussão existente. Tesche acredita ser importante trabalhos como este, como algo necessário dada a realidade violenta. “Todos os dias atendemos casos de violência contra mulheres e essa ação ajuda a conscientizar sobre o tema. Quanto mais conhecimento a mulher tiver, menos riscos correrá. E isso também passa pela tomada de decisões de vida e formas de evitar se colocar em perigo, tendo o conhecimento básico de defesa pessoal como componente de suporte para que possa se resguardar, se necessário”, ressaltou.
Para a secretária municipal de Políticas para as Mulheres, Marisol Chiesa, defesa pessoal não consiste apenas em golpes ou técnicas, mas inicia antes com a consciência, prevenção e fortalecimento da autoconfiança. “Para nós, mulheres, aprender defesa pessoal é mais do que um recurso de segurança, é uma forma de empoderamento. É entender que podemos estar atentas, preparadas e seguras diante das situações do dia a dia. Essa prática nos lembra que cuidar de nós mesmas é também um ato de resistência e de amor próprio. Prevenção, atenção e confiança são ferramentas que nos fortalecem e nos protegem”, destacou.
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