Nem mesmo a chuva foi capaz de atrapalhar a comemoração dos candidatos aprovados no Vestibular 2026 da UEL (Universidade Estadual de Londrina) nesta terça-feira (09) em frente ao Cine Teatro Ouro Verde, no Calçadão de Londrina. Em mais uma tradicional edição do VestibaFest, dois mil jornais foram entregues aos estudantes com a lista dos aprovados no vestibular. Muito mais do que apenas nomes, as páginas carregam sonhos, desejos e as ambições profissionais de milhares de estudantes.
Após uma contagem regressiva, o resultado foi divulgado às 12h em ponto: a partir daí, foi muito choro, comemoração e tinta para todo lado. O grito era de alívio, já que o caminho até a aprovação é árduo, com altos e baixos e muita dedicação aos estudos. A chuva ajudou a deixar o momento mais emocionante, com estudantes com os braços abertos agradecendo pela benção da aprovação.
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Gyovana Arisa, 17, e Rebeca Moraes, 18, são amigas há mais de três anos e puderam comemorar a aprovação no vestibular juntas, sendo uma para administração e a outra para jornalismo. Muito emocionada, Arisa admite que não estava confiante na aprovação, já que o nervosismo tomou conta no dia da prova, mas que agora o desejo é apenas um: comemorar.
A jovem explica que a rotina de estudos foi pesada, ainda mais nos três últimos meses antes da prova, quando estudava por horas a fio. Apesar do esforço, tudo valeu a pena, ainda mais por ter conseguido a aprovação na primeira tentativa. “É muita felicidade. Estou até mais relaxada agora”, afirma. Em relação às expectativas para o curso, o objetivo é concluir a graduação e encontrar uma boa oportunidade de emprego. “A UEL é incrível. Eu amo demais a UEL”, comemora.
Sobre a aprovação junto à amiga, Arisa afirma que o desejo é poder continuar compartilhando todos os momentos ao lado dela, ainda mais agora na UEL. Rebeca Moraes afirma que também está saindo direto do ensino médio para a universidade, sendo que a trajetória não foi fácil e exige muito dos candidatos: “mas eu estou muito feliz com essa conquista na minha vida”.
Moraes destaca o apoio e incentivo dos amigos e da família no processo, ainda mais com a mãe ao lado, celebrando a vitória da filha. A faxineira Roseli Moraes, 49, afirma que a alegria é tanta que não cabe no peito. “Ela é uma menina muito estudiosa, inteligente e fez por merecer. Ela é um orgulho para a nossa família”, afirma, complementando que foram dias e noites de ansiedade e nervosismo até a confirmação da aprovação.
“É maravilhoso ver ela aprovada. A gente vem na expectativa, mas tem que ter a certeza, então agora a gente tem”, celebra a mãe, que comemora a vitória da filha como se fosse dela.
Com um sorriso de orelha a orelha, molhada por conta da chuva e com muita tinta no rosto, Nathália Machado Ferreira, 18, disse que ainda é difícil acreditar que conseguiu a tão sonhada vaga no curso de direito, a profissão que sempre desejou seguir. “Eu estava pensando que não ia dar certo, então foi uma surpresa imensa eu ter passado”, conta, admitindo que o medo era não conseguir a aprovação por conta da alta concorrência de candidatos.
Ao ser questionada sobre o sentimento após ver o nome entre os aprovados, Ferreira explica que nunca pensou no que vem na sequência da aprovação e que primeiro quer comemorar muito antes de partir para a organização dos documentos e a pré-matrícula. “Amanhã eu vou começar a raciocinar direito”, admite.
Kenner Pereira, 24, e Paloma Ribeiro, 18, se conheceram no cursinho há cerca de um ano e são amigos desde então, sendo que o vínculo foi tão forte que até escolheram o mesmo curso: relações públicas. “A gente entrou no cursinho, nos aproximamos aos poucos e viramos grandes amigos. No decorrer do ano, nós dois decidimos que queríamos esse curso, estudamos muito, com muita dedicação e empenho e deu certo no final”, conta Pereira.
“É muito legal ver o nosso nome ali porque a gente sempre pensa que não vai passar, então quando você vê que passou é muito bom”, relata Ribeiro. Os amigos afirmam que vão manter a amizade agora no ensino superior, mas brincam que não vão fazer trabalhos juntos para não brigarem.
Sobre o sentimento em ser aprovado na UEL, Kenner Pereira afirma que está eufórico, feliz e orgulhoso de ter enfrentado todo esse processo para cumprir a missão, o que fez tudo valer a pena. Já para Paloma Ribeiro, está sendo uma loucura: “eu ainda nem acredito”.
Boas vindas
O reitor em exercício da UEL, Airton Petris, afirma que a divulgação dos aprovados do vestibular é um momento muito feliz e aguardado pela universidade, já que 2.019 novos estudantes devem, agora, fazer parte da comunidade acadêmica. Ele também destaca que, desde 2019, essa é a primeira vez que a universidade consegue alinhar o calendário acadêmico com o civil, divulgando o resultado do vestibular no mês de dezembro, como sempre foi. As aulas do ano letivo de 2026 começam no dia 02 de março.
Petris pontua que os novos estudantes vão ingressar em uma universidade inclusiva e que tem uma responsabilidade social muito grande, com políticas de cota e incentivo à permanência. “Além, obviamente, de um corpo docente muito qualificado, ações de pesquisa e inovação”, afirma, destacando a construção do parque tecnológico da UEL. “Serão esses alunos que vão usufruir desses espaços”, afirma.
Orgulho e tradição
O superintendente do Grupo FOLHA, Nicolás Mejía, afirma que é um orgulho poder entregar mais uma edição do VestibaFest, criado há mais de 15 anos pela FOLHA. “É um momento não apenas de comemoração, mas também de união. É um momento para marcar uma etapa muito importante para todos esses jovens, tanto aqueles que passaram e começam hoje uma vida dentro da universidade quanto para aqueles que não passaram e que seguem nessa luta”, reforça.
Ele também aponta a importância que o jornalismo de qualidade feito pela FOLHA tem na formação dos estudantes, já que muitos textos publicados no jornal são utilizados nas provas dos vestibular: “é um orgulho estar aqui hoje”.
Um dos momentos mais aguardados em todo o VestibaFest é, sem dúvidas, a entrega dos jornais com o nome dos aprovados. “Hoje nós estamos em um mundo muito digital, mas o papel continua sendo muito importante. É a forma física de guardar uma informação, uma recordação, o papel é documento”, afirma.
Recepção dos veteranos
Muitos veteranos também ajudaram a lotar o Calçadão de Londrina para recepcionar os ingressantes recém-aprovados no vestibular. Indo para o segundo ano do curso de biologia, Kallel Alexander Evangelista, 20, explica que a turma estava lá para ter esse primeiro contato com os calouros, que é muito importante para tranquilizar e auxiliar nos próximos passos.
Além disso, a ideia era sujar os calouros com tinta e farinha vencida, evitando o desperdício, e também permitir com que eles passem por um das mais antigas tradições dos cursos de biologia: a dança do besouro. “É uma dança em que eles precisam se jogar no chão e fingirem que são besouros queimados no sol. É muito legal”, afirma, complementando que até mesmo a apresentadora Ana Maria Braga, que é bióloga, já passou pela tradição.
Veterano do curso de química, Brunno Fernando de Souza Mussere, 18, disse que o objetivo é acolher os calouros e convidar todo mundo que estiver presente para sair e conversar. “Esse momento é muito importante para você criar aquele laço inicial com o estudante e trazer um pouco de conforto para que eles saibam que nós podemos ajudá-los e orientá-los”, conta.
Bianca Justo, 18, é veterana do curso de jornalismo e afirma desejar que os calouros se sintam acolhidos nesse momento que é tão especial, assim como ela se sentiu. Além disso, eles vão inserir os ingressantes em um grupo com todos os colegas para que possam se conhecer e tirar dúvidas antes mesmo do início das aulas.
No curso de artes visuais, Júlia Moraes, 19, conta que uma das tradições do curso para recepcionar os estudantes é o apadrinhamento dos calouros, em que eles escolhem seus veteranos de acordo com seus gostos pessoais e com os trabalhos produzidos por eles.
“A maioria das pessoa que entra na universidade não sabe o que fazer, muitos vêm de fora e não conhecem a cidade de Londrina, então com a ajuda de um veterano fica mais fácil”, explica.