Pais e alunos de instituições de ensino públicas de Londrina organizaram e participaram de uma manifestação para pedir mais segurança nas creches e escolas da cidade.
O ato, que aconteceu na manhã deste sábado (8), no Calçadão de Londrina, teve como objetivo chamar a atenção da população e das autoridades quanto às ameaças de massacres e ataques a instituições de ensino.
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Eduardo Francischini, pai da estudante Chiara Francischini, afirma que a filha está matriculada em uma escola estadual da Zona Norte da cidade e não se sente segura diante dos acontecimentos recentes registrados no Brasil.
"Nós queremos chamar a atenção dos parlamentares, em especial do governador Ratinho Junior (PSD). É muito fácil colocar a culpa nos pais quando seus filhos estudam em escolas particulares e são escoltados", argumenta.
A declaração de Francischini contrapõe o discurso de Ratinho Junior, que cobrou dos pais mais rigor com relação aos estudantes.
"Estamos criando uma geração de jovens que não têm limites e não têm disciplina. Os pais, não estou falando para bater no filho, mas têm que ter o ‘não’ dentro de casa. É importante criança crescer em um ambiente que tenha limites”, opinou durante sua visita à ExpoLondrina na última quinta-feira (6).
Durante a manifestação, outros pais se pronunciaram a respeito das medidas que, em sua opinião, devem ser tomadas para garantir a segurança de alunos e professores nas escolas e creches da cidade - o que engloba instituições municipais, estaduais e filantrópicas.
"Nós queremos que cada escola tenha um policial ou um guarda municipal armado. Inclusive, esse foi um dos projetos apresentados pelo próprio Ratinho Junior. Além disso, queremos concertinas nos muros e detectores de metais nas entradas das escolas", defendeu Francischini.
Chiara, filha de Eduardo e produtura do podcast Geral Kids, afirma que não quer "pagar para ver" e conta que não tem ido à escola por conta do medo. Sua mãe, Adriana Francischini, afirmou que, nos últimos dias, tem levado a filha à instituição de ensino apenas para fazer provas.
"Posso ter colocado minha vida em risco, mas levei a Chiara para fazer prova nessa semana e fiquei esperando em frente à porta da sala. Depois que ela terminou, fomos embora", afirma.
De acordo com a família, Chiara se pronunciou em seu podcast a respeito dos ataques ocorridos em escolas e creches pelo Brasil e cobrou ações do governador Ratinho Junior. A mãe da adolescente conta, ainda, que a assessora do parlamentar entrou em contato e pediu para que o programa fosse retirado das redes sociais.
A vereadora de Londrina Jessicão (PP) esteve presente no ato e, em seu discurso, parabenizou a iniciativa dos pais e dos alunos e afirmou que, na Câmara de Londrina, "há pessoas que não se importam, mas há dois ou três vereadores com quem a população pode contar".
Além de cobrar ações do governador do Paraná, os pais e os alunos presentes criticaram a implementação do botão do pânico, medida anunciada pelo prefeito de Londrina, Marcelo Belinati (PP). "O botão do pânico não vai resolver o problema, porque não vai dar tempo de a polícia chegar até à escola", declarou Eduardo.
Os organizadores da manifestação afirmaram, ainda, que não vai desistir de suas reivindicações e irão promover outros atos, inclusive nas proximidades da Câmara de Vereadores do município.