A Prefeitura de Londrina recebeu na última quarta-feira (6) o projeto para a construção das novas comportas do lago Igapó 2, na região central da cidade. Desde fevereiro, o cartão-postal vem apresentando uma série de vazamentos, o que levou o prefeito Tiago Amaral (PSD) a decretar situação de emergência para tentar acelerar a solução do problema.
Para controlar o nível do lago, a Secretaria de Obras construiu uma ensecadeira provisória, o que tem mantido a água estável e chamado a atenção de quem passa pelo local. A estrutura será reaproveitada quando as obras começarem.
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Em nota, a administração informou que o projeto elaborado pelo engenheiro civil Carlos José Marques da Costa Branco — responsável também pelo projeto da barragem do Igapó 2 — será avaliado pelos técnicos da pasta de Obras. O próximo passo será a elaboração do orçamento e o início dos trâmites para a licitação, ainda sem prazo definido.
Segundo o projeto, a estimativa é que a obra custe aproximadamente R$ 700 mil e demore cerca de seis meses para ser finalizada, mas a Prefeitura ainda não confirma esses números.
Costa Branco explica que a proposta é reformular todo o sistema porque, embora apenas uma das comportas tenha apresentado falhas até agora, a tendência é que a outra também apresente problemas em breve, já que ambas foram construídas há mais de 20 anos. As comportas serão retiradas do canteiro central da avenida Higienópolis e realocadas sob a calçada, no lado voltado para o Igapó 1.
“Pensamos em uma solução que causasse o menor transtorno possível e fosse segura. Para isso, criamos um sistema que consiste em uma caixa de concreto, que vai ser moldada fora do terreno. O pessoal de escavação vai trabalhar dentro dessa caixa, que é aberta em cima e embaixo — são só as quatro paredes, sem fundo”, explica o engenheiro. “Eles vão escavando o solo, e a caixa vai descendo, como se fosse 'vestindo' a escavação. Com isso, garantimos a estabilidade do terreno e não precisa interromper o trânsito.”
Ele explica que a ideia inicial era realizar a obra no canteiro central, mas a Prefeitura e a Sanepar solicitaram a mudança devido à presença de uma adutora que abastece a região.
O trabalho, no entanto, não será simples. Primeiro, a ensecadeira já existente no Igapó 2 precisará receber um revestimento — chamado de "geomembrana" — para evitar a entrada de água. Depois, uma nova ensecadeira será construída na saída para o Igapó 1, o que permitirá secar a área interna da tubulação. A caixa de concreto vai garantir que os trabalhos possam ser realizados sem que haja acúmulo de água no local.
Outra preocupação foi a substituição dos materiais da comporta: hoje, o sistema é formado por um trilho metálico — que se rompeu no ponto com vazamento — e pranchas de madeira. A nova estrutura será toda em aço inox, com uma borracha específica para garantir que a água não passe.
Além da nova estrutura, o projeto prevê a instalação de duas comportas provisórias, chamadas de stoplogs, que formarão uma barreira quando for necessário. O sistema é considerado mais moderno e eficiente. “A água para nas duas stoplogs e, no trecho intermediário, onde está a comporta principal, ela pode ser bombeada com segurança, permitindo a manutenção”, explica Costa Branco.
Desassoreamento
Segundo o engenheiro, a segunda etapa do estudo, que ainda não está finalizada, visa mitigar os alagamentos na rua Joaquim de Matos Barreto, ao lado do Aterro do Igapó. A ideia é propor intervenções, com base em levantamento batimétrico, para desassoreamentos pontuais que melhorem o fluxo da água. Um dos pontos seria no meio do Igapó 2 — onde hoje há uma tubulação desativada da Sanepar — e outro nas proximidades da avenida Ayrton Senna.
Também está em análise a possibilidade de reduzir em cerca de 10 centímetros o nível do Igapó 2, criando uma espécie de “pulmão” para absorver o volume extra de água em casos de chuva muito intensa.
“Isso não altera a paisagem nem causa cheiro. Quando a chuva vier forte, ela terá que, primeiro, preencher esses 10 centímetros”, aponta Costa Branco.
E o Natal no Igapó?
Como não há prazo para lançamento da licitação, as obras podem ocorrer em meio às celebrações de Natal. Procurada pela reportagem, a Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina) informou em nota que as intervenções previstas para o cartão-postal não devem comprometer as festividades, já que “a expectativa é que haja pouca redução no nível de água”.
“Por enquanto, a previsão é de que o planejamento da decoração siga normalmente, independentemente da realização da obra. Os adereços natalinos também devem chegar a outras regiões da cidade, especialmente em locais capazes de favorecer o comércio, estendendo-se para além do Lago. Dessa forma, portanto, as obras não terão potencial para comprometer o Natal de Londrina”, frisou a entidade.
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