Pelo menos dois militantes do movimento denominado "Antifa Hooligans Brasil" picharam a sede do Sincoval (Sindicato do Comércio Varejista de Londrina) na noite deste domingo (9), na região central do município. O vídeo foi compartilhado na página oficial do grupo "em resposta ao cancelamento do feriado de Carnaval, após ação judicial proposta pelos empresários". Eles também deixaram mensagens contra a escala 6x1.
Frases como "Chega de exploração", "6x1 não", "Fim da escala 6x1" e "Cadê o Carnaval" foram grafadas nas paredes do sindicato. De acordo com o presidente da entidade, Ovanes Gava, uma denúncia será feita ainda nesta segunda-feira (10) à GM (Guarda Municipal) e à PM (Polícia Militar).
"A denúncia será feita para que atos como esse não se tornem comuns. Nós, como representantes desse movimento da economia, tomamos os devidos cuidados a fim de salvaguardar os nossos empresários, que nada tem a ver com a folia de Carnaval", disse.
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Segundo Gava, imagens de câmeras de segurança serão enviadas à PM para reconhecer possíveis autores.
"Vamos fazer essa ação para identificar esses vândalos, a fim de responsabilizá-los por esses atos. É um ato de vandalismo, uma vez que está sendo feito num prédio privado para denegrir ou querer trazer esse movimento à tona."
O presidente do Sincoval também destacou que os comerciantes não são contra os foliões ou o Carnaval, mas que trabalham somente com relação à legalidade, já que a data não está contemplada na Constituição como feriado. Em 2019, o STF (Supremo Tribunal Federal) atendeu ao pedido do sindicato e declarou inconstitucional o feriado municipal da terça-feira de Carnaval. No entanto, em 2024, a Câmara Municipal de Londrina aprovou um novo Código de Posturas que restabelecia o feriado. Em resposta, a Prefeitura publicou, em fevereiro de 2025, o decreto municipal 185, que revogou o feriado, alinhando-se à decisão do STF e autorizando o funcionamento do comércio nos dias 3, 4 e 5 de março.
"Foi essa a discussão que tivemos com o poder público. Quando negociamos um dia de trabalho, sempre fazemos um movimento de mediação. Não somos contra a folia do Carnaval. É um folclore brasileiro que podemos trabalhar em conjunto para que possamos proporcionar a economia no entretenimento", salientou.
Sobre a denúncia, a assessoria de imprensa da GM informou que não atua em ações praticadas contra bens privados. A Guarda Municipal também esclareceu que só aborda pichadores se eles foram avistados pelas equipes circulantes, que ficam incumbidas de encaminhar os suspeitos à delegacia.
A reportagem entrou em contato com o grupo "Antifa Hooligans Brasil" via Instagram, mas não obteve resposta. Outra página que compartilhou o vídeo da pichação ainda no domingo esclareceu que não tem ligação com os atos e que repostou o vídeo "apenas por guardar relação com a questão trabalhista", mas ressaltou que "é importante noticiar o que aconteceu já que a decisão de retirar o feriado gerou muita repercussão".
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