Um dos grandes legados deixados pelo pioneiro Olavo Godoy, o Parque Estadual Mata dos Godoy, em Londrina, será reaberto ao público nesta quarta-feira (3), após passar por obras de revitalização nas quais foram investidos quase R$ 72 mil. O retorno dos visitantes será marcado por uma solenidade, às 16 horas, com a presença de autoridades estaduais e locais, entre elas, o secretário estadual de Desenvolvimento Sustentável, Rafael Greca, que cumprirá dois dias de agenda no Norte do Paraná.
Guardiã de um dos últimos remanescentes de Mata Atlântica do Estado, a UC (Unidade de Conservação) localizada às margens da PR-538, na zona sul da cidade, esteve fechada à visitação desde 2020, durante a pandemia de Covid-19.
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O acesso ao público foi suspenso por questões sanitárias, mas mesmo após encerrado o período de isolamento social imposto pela circulação do coronavírus, os portões continuaram fechados.
Javalis, lixo e caça irregular
Além de problemas no abastecimento de água, o parque enfrentava a infestação de javalis. E mesmo com a manutenção de funcionários do Estado responsáveis por zelar pelo patrimônio durante o período de fechamento, partes da estrutura acabaram sendo alvos de vandalismo e depredações.
Aos problemas, somavam-se ainda o acúmulo de lixo nas bordas da UC e a prática de caça irregular.
'Esforço coletivo'
A reforma foi feita em oito dias por meio de uma força-tarefa que mobilizou funcionários dos escritórios regionais do IAT (Instituto Água e Terra) em Toledo, Paranavaí e Ponta Grossa.
Segundo o órgão ambiental do Estado, os reparos incluíram serviços de pintura, substituição de encanamentos e restauração do fornecimento de água, recuperação do sistema elétrico da casa de alojamento, limpeza e manutenção dos telhados, calhas, casas, banheiros e fachadas, remoção de espécies vegetais exóticas, construção de cercas e instalação de placas, entre outras melhorias.
Nesse trabalho, foram utilizados R$ 69.725,56 que somados a outros R$ 2.186,80 em equipamentos totalizaram R$ 71.912,36. Os recursos saíram do IAT.
“Fizemos um esforço coletivo entre os próprios funcionários do IAT, adeptos da questão ambiental, e organizamos o parque em oito dias de trabalho”, disse o especialista em criação e manutenção de UCs do IAT e técnico agente de execução, Norci Nodari, lotado no escritório de Toledo.
Centro de Educação Ambiental
Nodari informou que, durante a reforma, também houve a reestruturação do Centro de Educação Ambiental e das três trilhas, que poderão ser utilizadas a partir do dia 3 de setembro.
A força-tarefa encampada pelos funcionários do IAT, afirmou Nodari, poupou ao Estado “alguns milhares de reais”.
“Esperamos que seja duradouro e a sociedade, principalmente a científica e a acadêmica, abrace o parque para que ele volte a ser referência na questão ambiental. Há muito o que se fazer, mas ao longo do tempo, a sociedade vai entender que não é apenas uma área de floresta, é um espaço educacional que cumpre uma função ecológica e ambiental de extrema relevância.”
Segurança
A assessoria de comunicação do IAT informou que, neste momento, são esses os reparos previstos para o parque, mas a intenção é requalificar cada vez mais a UC, com o desenvolvimento de algumas ações por meio do projeto Parques Paraná.
Sobre as medidas de segurança para evitar novos atos de vandalismo, depredação e coibir a caça ilegal, o IAT disse que o modelo de vigilância será o "padrão" do órgão ambiental, com equipes nos períodos diurno e noturno, além do suporte da Polícia Ambiental, quando necessário.
O parque ficará aberto aos frequentadores de quarta a segunda-feira, das 8 horas às 17
Jardim Botânico
O secretário de Estado do Desenvolvimento Sustentável, Rafael Greca, cumprirá dois dias de agenda em Londrina. Nesta segunda-feira (1º), às 14h30, ele realiza uma vistoria às obras de revitalização do Jardim Botânico, na zona sul. Entre as ações em andamento estão as reformas da sede administrativa, lago e estufa. O investimento do Governo do Estado nesta primeira fase da reforma é de R$ 2,3 milhões.

Paque abriga espécies ameaçadas de extinção
A área de mais de 690 hectares transformada no Parque Estadual Mata dos Godoy pertenceu à Fazenda Santa Helena, do agricultor e pecuarista Olavo Godoy, que reconheceu nas terras de sua propriedade a enorme importância ambiental e se tornou o seu maior protetor até 5 de junho de 1989, quando foi publicado o decreto criando o parque.
O acesso ao público foi liberado seis anos depois, em 1995, e até 2020, o parque permaneceu aberto ininterruptamente à visitação.
Em sua página na internet, o IAT destaca a relevância daquele espaço para a biodiversidade. O órgão estadual aponta a Unidade de Conservação como abrigo de espécies da flora raramente observadas, incluídas na Lista Vermelha de Plantas Ameaçadas de Extinção no Estado do Paraná. Entre elas, o caju-do-campo, o mamão-do-mato, o rabo-de-bugio, o jacarandá, a cabreúva e a peroba, umas das árvores-símbolo do Norte paranaense, encontrada em profusão pelos pioneiros que aqui chegaram.
O parque também tem grande relevância na preservação da fauna paranaense. No local, informa o IAT, encontram-se 65 espécies de mamíferos, como o tamanduá-mirim, o macaco-prego, o tatu, a lontra, a onça-parda e o quase extinto gato-mourisco. Pesquisadores identificaram ainda 282 espécies de aves.
ATUALIZAÇÃO:
Reportagem modificada às 10h da segunda-feira (1) com alteração na agenda do secretário Rafael Greca. A abertura da Mata dos Godoy que seria na terça-feira, foi adiada para quarta-feira, às 16h.
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