Duas semanas após a morte dos jovens Wender Natan da Costa e Kelvin Willian Vieira dos Santos, em Londrina, familiares, amigos e membros de movimentos sociais participaram de uma manifestação no Calçadão de Londrina na manhã deste sábado (1°). Com faixas e cartazes pedindo por justiça, o ato foi encabeçado pelo Movimento Justiça por Almas - Mães de Luto em Luta, grupo que reúne familiares de pessoas que morreram em operações policiais.
'FOI UMA CRUELDADE'
Vanessa da Costa, mãe de Wender, 20, afirma que a família não está conseguindo viver o momento de luto por estar em busca de justiça pela morte dos jovens. "Foi uma crueldade o que fizeram com os nossos filhos", afirma. Segundo ela, não houve abordagem.
Leia mais:

Quinta-feira será de sol e tempo estável em Londrina e região

Londrina terá workshop gratuito de oratória de 10 a 14 de março

Em Londrina, obra emergencial no Igapó 2 ainda não tem estimativa de custo

Londrina promove curso de pilotagem defensiva para mulheres
Para a mãe, a manifestação no centro de Londrina é uma forma de chamar a atenção de toda a sociedade para a população que vive nas periferias e que merece respeito. "Nossos jovens têm o direito de ir comprar uma bebida e voltar para casa, mas não foi isso o que aconteceu", lamenta.
CANSADA DE SOFRER
Mãe de Kelvin, 15, Cirlene Vieira afirmou que ensinou seu filho a ser um menino de bem e que está cansada de sofrer pelo que definiu como uma "chacina". Ela garante que, na periferia, vivem pessoas trabalhadoras e de bem. "Hoje eu nem tenho mais psicológico para trabalhar", relata, complementando a preocupação que sente quando os outros filhos precisam sair de casa.
Juliana Ferreira, 41, integra o Movimento Justiça por Almas desde 2022, ano em que o filho de 15 anos, Kauê Alexandre, foi morto por policiais em Jataizinho (Região Metropolitana de Londrina). Ela afirma que o grupo é uma forma de as famílias serem ouvidas. A principal reivindicação do movimento é, segundo ela, a obrigatoriedade das câmeras corporais nas fardas. "Ninguém nos ouve", lamenta, acrescentando que o Justiça por Almas é formado por mães, esposas e outras famílias de pessoas mortas em operações policiais.
Ferreira afirma que eles querem um momento para falar sobre aqueles que se foram. Ao fundo, os manifestantes gritavam frases como “não foi confronto, foi execução” enquanto levantavam cartazes e faixas pedindo por justiça. As mortes aconteceram em 15 de fevereiro e a Polícia Militar afirma que houve um confronto.
LEIA MAIS NA FOLHA DE LONDRINA.

