Londrina

Londrina fica em 92º lugar em ranking nacional de educação, saúde e emprego; Maringá em 4º

14 out 2025 às 15:42

Londrina com pontuação de 0,8341 ficou na 92ª posição no IFDM (Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal), publicado em 2025, mas com dados referentes a 2023. O estudo destaca as cidades com os melhores resultados em educação, saúde e emprego no Brasil. Maringá (Noroeste) alcançou posição de referência no país, ficando em 4º lugar, com pontuação de 0,8814, logo atrás da capital paranaense Curitiba, com pontuação média: 0,8855.


Por mais que esta não tenha sido a posição mais elevada que Londrina, historicamente, alcançou no índice, a média entre os três fatores analisados foi a melhor da série, com destaque para o setor de empregos, que obteve 0,9709 de pontuação. No ranking, quanto mais próximo de 1,0000, mais positivo é o resultado.


A melhor colocação do município nos dez anos de análises publicadas pelo Firjan foi em 2013, quando esteve no Top 3 de cidades mais bem avaliadas do Paraná e no Top 50 do Brasil. Desde então, Londrina vem perdendo posições e chegou ao 190º lugar em 2018. A partir de 2020, entretanto, a segunda maior cidade do estado demonstrou reação, saltando quase 100 posições.


No Brasil, o Top 10 foi ocupado por cinco municípios da região Sudeste e outros cinco da região Sul. Todos os representantes do Sul são do Paraná: Curitiba (3º), Maringá (4º), Toledo (6º), Marechal Cândido Rondon (7º) e Francisco Beltrão (9º). A pequena cidade do interior paulista Águas de São Pedro ficou em primeiro lugar, com média de 0,8932.


Vinte cidades do Paraná se posicionaram no Top 100 nacional, 19 delas à frente de Londrina. Cianorte (13º), Paranavaí (50º), Mandaguari (62º), Apucarana (67º) e Umuarama (89º) foram destaques.


'Resultado bom, mas pode melhorar'


O secretário do Trabalho de Londrina, César Makiolke, comemora o bom resultado que o município alcançou no ranking, mas salienta que há margem para melhora. Ele, que já atuava na secretaria há 10 anos em outros cargos e assumiu o comando da pasta em janeiro, analisa que Londrina otimizou uma série de recursos para facilitar a vida de trabalhadores e empresários.


"Londrina teve uma série de facilidades que ofereceu para o empresariado, desde acolhimento até escuta ativa do setor produtivo. Nos aproximamos dos sindicatos que representam os diferentes segmentos da cidade para, junto do poder público, buscar soluções", diz.


Para ele, um dos principais problemas resolvidos nos últimos anos é a desburocratização, que começou a ser promovida pela prefeitura ainda em 2023. "Isso permitiu que o empresariado colocasse o seu poder de investimento mais à disposição do seu negócio."


O secretário explica que essa facilidade gera um "ciclo virtuoso" na economia local. "A partir do momento que você tem um investimento maior com o empresariado expandindo, consequentemente haverá mais oportunidades de emprego."


A política de qualificação profissional, em parceria com instituições como Sesc e Senac, também contribuiu para o cenário positivo, segundo ele. O secretário está otimista e projeta uma posição ainda melhor para Londrina nos próximos levantamentos.


"Temos tudo para ter um índice ainda maior, porque 2023 foi um ótimo ano, terminando com o balanço da empregabilidade, segundo dados do Caged [Cadastro Geral de Empregados e Desempregados], com saldo positivo de 6.655 vagas de emprego criadas em Londrina", afirma. 


Os dados de 2025 já sinalizam uma superação, com 7.220 vagas de saldo positivo até agosto. "Ou seja, vamos ter um desempenho ainda maior nos dados de 2025 [que devem ser liberados em 2027]", prevê Makiolke.


Troca de experiências


Para buscar aprimoramento e elevar Londrina ao patamar de outros municípios do Paraná, a Secretaria do Trabalho tem investido em intercâmbio de práticas. 


"Tivemos três vezes em Curitiba, porque a Agência do Trabalhador de lá é referência em produtividade e estrutura. Fomos conhecer uma série de processos e boas práticas para trazer para Londrina", conta Makiolke. A parceria se estende a Maringá, a quarta colocada no ranking nacional. 


Além das cidades do Top 5, a busca por alternativas inclui municípios menores, como Assaí, Ibiporã, Cambé (Região Metropolitana de Londrina) e Ponta Grossa (Campos Gerais).


Reestruturação e trabalho formal


A reestruturação interna da secretaria foi essencial para aumentar a capacidade de atendimento, diz Makiolke. O quadro de funcionários dobrou de 11 para 23, o que permitiu um aumento significativo no número de encaminhamentos semanais, saltando de uma média de 380 para 540.


O secretário do Trabalho também reforça a importância do emprego formal em um contexto de crescimento do empreendedorismo. "Houve um processo de demonização do emprego formal muito grande. Acho que o empreendedorismo é muito bom, mas existe uma infinidade de vantagens que o trabalho com carteira registrada traz", avalia.


Instabilidade política


Sobre a queda brusca de Londrina no ranking em 2018, que a levou ao 190º lugar, Makiolke lembra que o histórico de instabilidade política entre 2012 e 2013 impactou o desenvolvimento do município nos anos subsequentes.


"Londrina passou por um processo muito turbulento com quatro prefeitos diferentes num curto período, isso tem um reflexo direto para continuidade de políticas públicas, implementação de soluções e até para a credibilidade do poder público para buscar a confiança de investimentos da iniciativa privada", analisa.


Agora, diz o secretário, o objetivo é retomar as posições de destaque. "A gente vai voltar para o Top 10 [estadual] nos próximos anos", garante o secretário, que vê a cidade em "processo de recuperação".


Desafios na Saúde


Na Secretaria Municipal de Saúde, a secretária Vivian Feijó iniciou um processo de revisão dos indicadores e práticas para reverter o desempenho de Londrina no ranking do IFDM. Ela identificou a mortalidade infantil como um dos pontos críticos que precisam de atenção imediata. 


"Estou fazendo uma revisão do processo de trabalho da secretaria da Saúde. Visitando os indicadores do Firjan, encontrei alguns indicadores importantes, como a mortalidade infantil. Londrina, nos últimos anos, apresentou um número elevado", revela.


Para combater essa realidade, a secretaria está reformulando seu planejamento estratégico com foco na prevenção e no acompanhamento dos primeiros anos de vida. 


"Por mais que a gente tenha apresentado uma desaceleração, nós estamos revisitando o nosso planejamento estratégico para intensificar o pré-natal, a puericultura de acompanhamento das crianças na alta, assim como o acompanhamento no primeiro ano de vida pelas UBS [Unidades Básicas de Saúde]", detalha Feijó.


Movimento antivacina


Outro desafio apontado pela secretária é a baixa cobertura vacinal, um problema que ela atribui, em parte, ao movimento antivacina que ganhou força globalmente após a pandemia. 


"A questão da vacinação é muito importante desde o período gestacional, bem como no calendário de vacinação nacional dessas crianças. Se a gente comparar com 2023, logo após a pandemia, há um movimento mundial antivacina que atrapalhou muito os indicadores", explica. Para reverter esse quadro, a secretaria tem adotado uma estratégia de "extrapolar os limites das UBSs", ampliando horários de atendimento.


Reposição de Equipes


Um dos maiores obstáculos para a melhoria dos serviços de saúde tem sido a escassez de profissionais. Feijó reconhece que esse é um problema que se agravou nos últimos anos.


"A disponibilidade de médicos e equipes ainda é um desafio. Esse é um dado que vem piorando em Londrina, porque não houve uma reposição automática em relação às aposentadorias ou às exonerações."


Para lidar com a falta de pessoal, a secretaria da Saúde tem investido na contratação de novos profissionais, além de ampliar o contrato de equipes terceirizadas.


Retomada de Protagonismo


Feijó também destaca a importância de Londrina se reconectar com as discussões estaduais e nacionais de saúde. "A partir do momento que assumi, ocupei espaços no conselho regional de secretários de saúde municipal, bem como no Cosems-PR (Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde no Paraná). Eu tenho tido uma participação bastante ativa nessas conexões e tudo isso tem contribuído nos processos de trabalho", afirma.


Para ela, é fundamental que a cidade abandone a postura amadora em certos processos e invista em inovação. "Londrina tem que repensar algumas práticas no sentido de tirar o amadorismo em alguns processos, trazer inovação e tecnologia, trazer recuperação na prestação de serviços para ampliar a credibilidade dos usuários no serviço de saúde. Londrina tem que reassumir o protagonismo, temos potencialidade", finaliza, garantindo que os resultados dos próximos anos serão mais positivos.


Municípios no Índice Firjan


Série histórica de Londrina


2013 - (3º Sul) (42º Nacional) média: 0,7802

2014 - (25º Sul) (53º Nacional) média: 0,7853

2015 - (7º Sul) (72ºNacional) média: 0,7703

2016 - (8º Sul) (59º Nacional) média: 0,7714

2017 - (8º Sul) (80º Nacional) média: 0,7680

2018 - (17º Sul) (190º Nacional) média: 0,7504

2019 - (10º Sul) (103º Nacional) média: 0,7822

2020 - (15º Sul) (162º Nacional) média: 0,7769

2021 - (16º Sul) (120º Nacional) média: 0,8001

2022 - (13º Sul) (119º Nacional) média: 0,8119

2023 - (20º Sul) (92º Nacional) média: 0,8341



Top 10 nacional


Águas de São Pedro: (1º Nacional) (1º Sudeste) (educação: 0,8413) (saúde: 0,8827) (emprego: 0,9556) (média: 0,8932)


São Caetano do Sul: (2º Nacional) (2º Sudeste) (educação: 0,8508) (saúde: 0,8238) (emprego: 0,9900) (média: 0,8882)


Curitiba: (3º Nacional) (1º Sul) (educação: 0,8394) (saúde: 0,8171) (emprego: 1,0000) (média: 0,8855)


Maringá: (4º Nacional) (2º Sul) (educação: 0,8452) (saúde: 0,7991) (emprego: 1,0000) (média: 0,8814)


Americana: (5º Nacional) (3º Sudeste) (educação: 0,8491) (saúde: 0,8246) (emprego: 0,9703) (média: 0,8813)


Toledo: (6º Nacional) (3º Sul) (educação: 0,8386) (saúde: 0,7970) (emprego: 0,9933) (média: 0,8763)


Marechal Cândido Rondon: (7º Nacional) (4º Sul) (educação: 0,8202) (saúde: 0,8188) (emprego: 0,9862) (média: 0,8751)


São José do Rio Preto: (8º Nacional) (4º Sudeste) (educação: 0,7996) (saúde: 0,8503) (emprego: 0,9750) (média: 0,8750)


Francisco Beltrão: (9º Nacional) (5º Sul) (educação: 0,8472) (saúde: 0,8156) (emprego: 0,9599) (média: 0,8742)


Indaiatuba: (10º Nacional) (5º Sudeste) (educação: 0,8222) (saúde: 0,8302) (emprego: 0,9646) (média: 0,8723)



Outros municípios do Paraná no Top 100


Cianorte: (13º Nacional) (6º Sul) (educação: 0,7963) (saúde: 0,8456) (emprego: 0,9538) (média: 0,8652)


Dois Vizinhos: (14º Nacional) (7º Sul) (educação: 0,8258) (saúde: 0,7879) (emprego: 0,9800) (média: 0,8646)


Campo Mourão: (19º Nacional) (8º Sul) (educação: 0,7955) (saúde: 0,8109) (emprego: 0,9782) (média: 0,8615)


Itaipulândia: (35º Nacional) (10º Sul) (educação: 0,7836) (saúde: 0,8108) (emprego: 0,9643) (média: 0,8529)


União da Vitória: (39º Nacional) (11º Sul) (educação: 0,8232) (saúde: 0,7828) (emprego: 0,9482) (média: 0,8514)


Palotina: (42º Nacional) (12º Sul) (educação: 0,8373) (saúde: 0,7481) (emprego: 0,9682) (média: 0,8512)


Paranavaí: (50º Nacional) (13º Sul) (educação: 0,8386) (saúde: 0,7762) (emprego: 0,9290) (média: 0,8479)


Pinhais: (55º Nacional) (14º Sul) (educação: 0,7733) (saúde: 0,7908) (emprego: 0,9718) (média: 0,8453)


Mandaguari: (62º Nacional) (15º Sul) (educação: 0,8503) (saúde: 0,7230) (emprego: 0,9584) (média: 0,8439)


Apucarana: (67º Nacional) (16º Sul) (educação: 0,8370) (saúde: 0,7760) (emprego: 0,9154) (média: 0,8428)


Cascavel: (80º Nacional) (17º Sul) (educação: 0,7711) (saúde: 0,7658) (emprego: 0,9803) (média: 0,8391)


Rio Negro: (88º Nacional) (18º Sul) (educação: 0,8491) (saúde: 0,7783) (emprego: 0,8798) (média: 0,8357)


Umuarama: (89º Nacional) (19º Sul) (educação: 0,7573) (saúde: 0,7984) (emprego: 0,9503) (média: 0,8353)


Londrina: (92º Nacional) (20º Sul) (educação: 0,7681) (saúde: 0,7632) (emprego: 0,9709) (média: 0,8341)


Cafelândia: (97º Nacional) (21º Sul) (educação: 0,8213) (saúde: 0,7441) (emprego: 0,9339) (média: 0,8331)



Região Metropolitana de Londrina


Cambé: (241º Nacional) (33º Sul) (educação: 0,7385) (saúde: 0,7714) (emprego: 0,8966) (média: 0,8022)


Ibiporã: (266º Nacional) (38º Sul) (educação: 0,8025) (saúde: 0,6539) (emprego: 0,9401) (média: 0,7988)


Rolândia: (599º Nacional) (88º Sul) (educação: 0,7141) (saúde: 0,6087) (emprego: 0,9564) (média: 0,7597)


Arapongas: (121º Nacional) (23º Sul) (educação: 0,7969) (saúde: 0,7305) (emprego: 0,9579) (média: 0,8284)


Jataizinho: (1.736º Nacional) (260º Sul) (educação: 0,7154) (saúde: 0,6980) (emprego: 0,6186)(média: 
0,6773)



Grandes capitais do Brasil no ranking


São Paulo: (124º Nacional) (67º Sudeste) (educação: 0,7593) (saúde: 0,7708) (emprego: 0,9511) (média: 0,8271) 


Rio de Janeiro: (295º Nacional) (1º Sudeste RJ) (educação: 0,7140) (saúde: 0,7707) (emprego: 0,8952) (média: 0,7933)


Brasília: (655º Nacional) (1º Centro-Oeste) (educação: 0,6323) (saúde: 0,7283) (emprego: 0,9040) (média: 0,7549)

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