O secretário municipal de Defesa Social, Felipe Juliani, disse em entrevista à FOLHA que o objetivo da GM (Guarda Municipal) é combater criminosos, e não as pessoas em situação de rua em Londrina. Uma das primeiras ações da gestão Tiago Amaral (PSD), a operação Choque de Ordem tem chamado a atenção pelas abordagens em mocós e imóveis abandonados - e, consequentemente, aos moradores de rua e usuários de droga.
A GM divulgou um balanço nesta segunda-feira (6) apontando que, desde sexta (3), os agentes haviam ido a 25 locais, incluindo 15 imóveis abandonados no centro. Foram abordadas 110 pessoas, sendo que duas foram presas e três encaminhadas por tráfico de drogas. Crack, maconha e dinheiro do tráfico foram apreendidos. Também houve cumprimento de dois mandados de prisão e recolhimento de oito veículos.
Juliani afirmou que a operação não tem data para terminar e que os trabalhos continuarão para entregar um centro mais seguro para as “pessoas de bem” de Londrina.
“A missão é trazer mais segurança para o povo. Vamos, juntamente com as outras secretarias, tanto fazer a limpeza criminosa da região quanto as outras secretarias vão entrar para fazer a limpeza do mato, a pintura do que precisa ser pintado. A Secretaria de Assistência [Social] para ajudar as pessoas que precisam e querem ajuda, assim como a Saúde", disse.
Questionado se a GM vai manter um perfil de polícia sob seu comando, ele ressaltou que caberá à Guarda “cuidar da parte de segurança do povo de londrina”. Juliani ainda citou o desejo de aumentar o efetivo da corporação, que possui atualmente cerca de 350 guardas.
“O nosso prefeito está juntamente com o secretário de Planejamento [Marcos Rambalducci] calculando os impactos do novo chamamento da GM. Acredito que devemos chegar a uma solução em breve”, acrescentou.
A operação vai continuar acompanhando a situação de mocós da cidade, como o imóvel conhecido como “Tijolinho”, localizado entre a avenida Leste-Oeste e a rua Ouro Preto.
“Esses imóveis não estão no ‘centrão’ de Londrina, mas a ‘galera’ vai para o centro pedir moeda e desce lá para fumar pedra [de crack] nesses locais. Sobe no centro, furta alguma coisa e desce para trocar por droga”, argumentou Juliani. “É isso que queremos combater, não o morador de rua. Em momento algum nossa ideia é o combate ao morador de rua, e sim ao criminoso que está ali, ao traficante, ao cara que está cometendo delitos.”
A reportagem solicitou um posicionamento da Prefeitura de Londrina sobre o papel das pastas de Assistência Social, comandada por Marisol Chiesa, e de Saúde, que têm interinamente Rita de Cassia Domansky como secretaria, no apoio à operação e à população em situação de rua. Até o fechamento deste texto, os pontos não haviam sido respondidos.
Durante a campanha eleitoral, Amaral prometeu uma ação integrada entre as secretarias municipais para enfrentar o aumento da população em situação de rua.
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