O trecho do Calçadão entre a avenida Rio de Janeiro e a rua Minas Gerais pode ganhar uma nova - ou velha - cara a partir de 2025. Isso porque o projeto de revitalização do chamado trecho 5, onde fica o Cine Teatro Ouro Verde, está tramitando na Secretaria da Cultura do Paraná e a expectativa é de que ele seja aprovado até agosto. A revitalização prevê a modernização do local, levando em conta os aspectos históricos e culturais do projeto original, que é do final da década de 1970.
Presidente do Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina), Gilmar Domingues explica que o projeto foi encaminhado à pasta no começo do ano e devolvido para que alguns pontos fossem corrigidos ou complementados para garantir a viabilidade da obra. Ele aponta que a expectativa é de que na próxima semana o projeto seja enviado novamente e que a aprovação venha até agosto.
Após o parecer positivo, o projeto vai ser encaminhado para a Secretaria Municipal de Obras para dar andamento na parte orçamentária e licitatória. Até 2025, a intenção é que a obra comece a ganhar forma. “É uma obra extremamente relevante e que vai garantir a retomada de algumas condições que existiam no Calçadão nas décadas de 60 e 70”, aponta.
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Diretora de Patrimônio Artístico e Histórico-Cultural do município, Solange Batigliana explica que o projeto original do Calçadão, do final da década de 1970, é do arquiteto e urbanista Jaime Lerner. O conceito utilizado no projeto chamado de “Novo Centro” era de restringir o fluxo de veículos e destinar o local apenas aos pedestres.
Os trechos 1 a 4 passaram por reformas entre os anos de 2010 e 2012, no mandato do ex-prefeito Barbosa Neto (PDT). Na época, foi feita a substituição da pedra portuguesa pelo paver, enquanto o trecho 5 permaneceu sem modificações por conter duas construções tombadas pelo Cepha (Conselho Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico Cultural do Paraná), sendo eles o Cine Teatro Ouro Verde e a Praça Willie Davids.
Na época da reforma dos primeiros quatro trechos, a diretora aponta que uma polêmica envolvia a substituição da pedra portuguesa pelo paver por conta dos buracos. “O projeto iria avançar também para o trecho 5, mas só não avançou por ele ser área envoltória do Ouro Verde”, detalha.
No projeto atual, o objetivo é fazer a requalificação e manutenção dos elementos originais, como as pedras portuguesas e as luminárias de araucárias, explica Domingues. Além disso, o projeto também inclui revisões no que diz respeito à drenagem urbana, redes elétricas e de telefonia subterrâneas e do mobiliário urbano original, como floreiras e bancos.
“Em um primeiro momento, nós faremos um resgate da história, atribuindo àquele espaço condições muito parecidas com o que está estabelecido no projeto original”, explica, complementando que a história também vai ser resgatada através de totens, em que as pessoas vão poder escanear um QR Code que vai trazer informações e imagens do século passado.
“Nós temos certeza de que vai ser um avanço na cultura londrinense. As pessoas vão retornar ao passado estando num ambiente contemporâneo”, afirma.
MARCO PARA LONDRINA
Cobrando e encabeçando a revitalização do Calçadão, a Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina) classifica a obra como um marco para a cidade. Diretor de Relações Institucionais, Gerson Guariente afirma que a revitalização é um presente de aniversário para Londrina. “É um marco da retomada da área central. A gente precisava de uma chacoalhada”, ressalta.