As obras da Cidade Industrial de Londrina estão atrasadas e só deverão ser entregues no segundo semestre de 2025. O consórcio responsável pelo empreendimento pediu mais 183 dias para concluir o loteamento, que já teve os terrenos leiloados no final do ano passado e é uma aposta para impulsionar o setor na cidade.
Localizado no prolongamento da Avenida Saul Elkind (zona norte), o condomínio industrial conta com uma área total de 395 mil metros quadrados e tem um investimento de R$ 37,7 milhões. As obras começaram em 2021 com a liberação de recursos do governo do Estado, mas a Prefeitura rompeu o contrato com menos de 5% dos trabalhos concluídos, alegando irregularidades por parte da primeira empresa. Depois, uma nova licitação foi realizada. A previsão é que as obras fossem finalizadas em abril, mas ainda estão em 72%.
"As indefinições e a demora na formalização dos termos aditivos de quantitativos e serviços, soluções técnicas, e ainda na análise e concessão dos termos aditivos de valores solicitados impactaram diretamente a organização e a dinâmica da execução contratual", afirma o consórcio no pedido de aditivo.
"Caso tais questões não sejam resolvidas tempestivamente, os serviços serão realizados em escalas, organizações e dinâmicas completamente distintas se comparadas àquelas que orientaram a realização da proposta vencedora, comprometendo a eficiência e o equilíbrio econômico-financeiro."
A empresa também solicitou em agosto de 2024 um aditivo de R$ 250 mil, que ainda está sob análise na Prefeitura de Londrina.
'SEGUE COMO PRIORIDADE'
Em nota, a Prefeitura afirmou que o aditivo de prazo solicitado ainda está sendo avaliado pela fiscalização da Secretaria de Obras. “O pedido, segundo a secretaria, ocorreu em virtude de alguns problemas encontrados na documentação do projeto, em que foi verificado que havia uma divergência com relação às dimensões de alguns postos de queda, ao cálculo do volume de terraplanagem e à rotatória da avenida Saul Elkind”, diz o texto.
De acordo com a pasta de Obras, todas essas questões estão sendo avaliadas para a possível concessão do aditivo. Sobre o acréscimo de R$ 250 mil no contrato, a Prefeitura afirmou que ainda está analisando. A nota termina dizendo que, apesar das dificuldades encontradas, a Cidade Industrial “segue como prioridade da atual gestão”.
No processo, a administração já afirmou que, mesmo com o prazo inicial finalizado e mais 270 dias de prazo acrescidos ao contrato, “serviços que não tiveram alteração de projeto que impactassem no cronograma como pavimentação e guarita ainda não foram finalizados” e que “é verificado ‘in loco’ e através dos diários de obra, o baixo efetivo de mão de obra utilizada na execução”.
REPERCUSSÃO
A presidente da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), Vera Antunes, disse à FOLHA que os atrasos na obra da Cidade Industrial “seguem o fluxo contrário ao desenvolvimento que precisamos”.
“Sabemos que há um interesse do poder público em incrementar a industrialização da cidade e contamos com a conclusão dessa obra o mais rápido possível, pois Londrina já perdeu muito com a falta de indústrias, que acabam se instalando em outras cidades da região”, pontuou.
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