A Prefeitura de Londrina protocolou nesta segunda-feira (1°) o projeto de lei que estabelece a LOA (Lei Orçamentária Anual) de 2026, mas já trabalha em um substitutivo que será apresentado em breve à CML (Câmara Municipal de Londrina). O novo texto deverá corrigir uma diferença de R$ 208 milhões entre as despesas — previstas em R$ 3,7 bilhões — e a receita do município. A LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) foi aprovada pelos vereadores e sancionada em julho pelo prefeito Tiago Amaral (PSD).
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O projeto aponta que as maiores fatias do Orçamento serão destinadas à Saúde, com mais de R$ 1,2 bilhão, e à Educação, com R$ 1 bilhão. A Câmara terá à disposição R$ 67 milhões em 2026. Já os gastos com pessoal e encargos sociais devem chegar a R$ 1,6 bilhão, o que corresponde a 46,91% da RCL (Receita Corrente Líquida).
Em entrevista à FOLHA, o secretário municipal de Orçamento e Planejamento, Marcos Rambalducci, explica que o déficit na versão atual do projeto ainda é reflexo do rombo de mais de R$ 300 milhões nas contas públicas em 2025.
“Nós sempre usamos como base a LOA do ano anterior. Conseguimos ajustar o custo em cerca de R$ 104 milhões, mas ainda ficaram faltando R$ 208 milhões para equilibrar. Não dá para ajustar tudo na despesa, é necessário mexer também na receita”, afirma o secretário.
Uma das apostas é o programa Regulariza Londrina, que permitirá aos contribuintes quitar débitos com desconto de juros e multas. Apenas em IPTU, são 108 mil devedores, com um passivo de R$ 750 milhões. A estimativa é arrecadar mais de R$ 200 milhões no longo prazo, considerando outros tributos municipais.
Também está em discussão uma negociação entre a Prefeitura e o MPPR (Ministério Público do Paraná) sobre um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) relacionado à taxa de coleta do lixo.
Outro ponto crítico é o custo do sistema de transporte coletivo, estimado em mais de R$ 170 milhões em subsídios pagos pelo município. Esse foi um dos principais fatores do desequilíbrio neste ano, em razão do aumento da tarifa técnica no fim de 2024, que chegou a R$ 11,80 em uma das áreas atendidas. Para 2026, a Prefeitura contratou um estudo para revisar as planilhas do transporte e verificar os valores, mas já reservou R$ 89 milhões em subsídios na LOA.
“Nesse caso, [a revisão das planilhas] vai reduzir a despesa, evitando que seja necessário aumentar a receita para fechar as contas. A LOA enviada à Câmara ainda não está fechada. Está definida em suas despesas, mas precisamos confirmar se haverá receita suficiente para fazer frente a esses gastos”, acrescenta Rambalducci.
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