Londrina

Bailarina de Apucarana busca ajuda para conseguir fazer cirurgia no joelho e voltar à sua arte

30 abr 2025 às 18:38

Após sofrer um acidente de moto que causou uma grave lesão em seu joelho, a bailarina Dayagne Pereira, de Apucarana (Centro-Norte), luta para buscar ajuda financeira e, assim, conseguir fazer uma cirurgia de reconstrução que a permita voltar mais uma vez à sua arte e sustento, a dança. 


Presente em sua vida desde a infância, Pereira começou a fazer aulas de ballet clássico e jazz aos 7 anos. Aos 13 anos, a dançarina já auxiliava em algumas aulas e, ainda menor de idade, com 16 anos, tornou-se professora. "Desde então, a dança é meu sustento, minha paixão e minha arte", enfatizou.


Ao se envolver em um acidente de moto, Pereira sofreu uma laceração na tíbia - conhecido como osso da canela -, se recuperou da lesão e voltou a dar aulas normalmente. Mas, com o passar do tempo, retornou a sentir desconforto em seu joelho. Foi somente com um exame de ressonância magnética - após sofrer uma torção -, que ela descobriu o rompimento do LCA (Ligamento Cruzado Anterior) - parte responsável pela estabilização no joelho. 


O diagnóstico que a dançarina recebeu apontava a necessidade de intervenção cirúrgica, mas Pereira seguiu sua rotina normalmente. Pois, pensando que "talvez não precisasse [da cirurgia]", continuou "levando [a vida] e tomando cuidado"; dando aulas e fazendo cursos, contou a dançarina. A situação se agravou e, aguardando o resultado de novos exames, a bailarina não consegue mais esticar ou soltar o peso sobre seu joelho, impossibilitando que ela volte a trabalhar. Essa decisão, de não optar pela operação, levou em consideração o alto valor do procedimento, de R$17 mil - custo esse que a dançarina não consegue pagar sozinha.


Por conta dessa situação, foi aberta uma vaquinha online que busca ajudá-la a alcançar o valor necessário da cirurgia para a reconstrução do LCA. Quem puder ajudar pode fazer sua contribuição através do seguinte link.


Em entrevista, Pereira contou como tem sido sua rotina e o sentimento de não poder mais dançar, que ela ama e de onde tira o sustento. Porém, mesmo com toda essa situação, ela é otimista, acreditando em sua melhora e no apoio das pessoas.


"Tem sido dias difíceis, dancei minha vida toda e, agora - do nada -, dar essa 'estacionada'. Fazer aulas já não é mais possível, [por exemplo]. Mas estou esperançosa, acredito muito que vou conseguir voltar a fazer o que tanto amo. Com Deus acima de tudo e a ajuda da galera", concluiu.


Sobre as lesões no LCA (Ligamento Cruzado Anterior)


O rompimento do LCA (Ligamento Cruzado Anterior) é recorrente na região do joelho, causada muitas vezes sem contato (pessoa sozinha) e/ou durante a prática de atividade física (por exemplo, a dança), explicou o traumatologista e ortopedista José Antônio Rocco. Utilizando o futebol - esporte em que é comum encontrar esse tipo de lesão - o especialista detalhou como acontece o rompimento e seus sintomas.


"No futebol, por exemplo, o jogador fixa um pé no chão e roda seu tronco para o lado oposto. Ou seja, ambos giram internamente, enquanto o pé está fixo no chão - com a perna travada - forçando o LCA até que ele não suporte mais a força tensional e estoure. Nesse momento, pode envolver uma dor leve ou forte, mas sempre ocorre um som breve, na forma de estalo", detalhou o médico.


Há diversas formas e exames para se identificar uma lesão, como o teste de "Lachman" e "Pivot-Shift", porém, a ressonância magnética é o "exame padrão 'ouro' para avaliação do joelho, nele nada escapa", destacou Rocco. Na ressonância identifica-se até mesmo outras lesões, como as de cartilagem ou meniscos.


Segundo Rocco, a mais comum das lesões no LCA é o rompimento total. Nela - quando o paciente é jovem -, costuma-se recomendar a cirurgia, pois "há uma chance considerável de que essa pessoa venha a ter novas 'entorses' (lesão nos ligamentos) em decorrência da lesão original, afetando outras estruturas - como cartilagens e meniscos -, podendo evoluir até para um quadro crônico de osteoartrose", indicou o ortopedista.


Além da lesão total - o rompimento -, é possível que ocorra dano parcial ao LCA. Nessa situação, a estabilidade do joelho não se altera muito e pode ser tratado com imobilização, proteção e fisioterapia, por exemplo. No entanto, mesmo com essa lesão parcial, em casos onde há a presença de certa instabilidade, o ortopedista alerta que o tratamento costuma ser cirúrgico, "especialmente para atletas de alta performance", concluiu Rocco.


*Contribuiu com esta reportagem Natã Cordeiro.


Sob supervisão de Larissa Ayumi Sato.


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