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mobilização artística

Artistas e produtores culturais mantêm pressão após ameaça de corte no Promic

Pamela Destacio/ Especial para a FOLHA
01 out 2025 às 17:51

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Foto: Pamela Destacio/ Especial para a FOLHA
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Artistas e produtores culturais de Londrina se reuniram na noite desta terça-feira (30), na Usina Cultural, para discutir estratégias de enfrentamento diante das ameaças de corte no orçamento da Cultura e do Promic (Programa Municipal de Incentivo à Cultura).


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O encontro foi convocado na semana passada, logo após a divulgação da nova proposta da LOA (Lei Orçamentária Anual) elaborada pela gestão do prefeito Tiago Amaral (PSD), que previa redução de 41% nos recursos da Cultura em 2026. Na prática, o valor de investimento cairia de R$ 5,3 milhões de 2025, para apenas R$ 3,1 milhões no ano seguinte.


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Ainda na terça-feira (30), pouco antes da reunião, o secretário da pasta, Marcão Kareca, anunciou o recuo da medida e garantiu que não haverá cortes. Ele também afirmou que um substitutivo será encaminhado para equiparar o orçamento do próximo ano. Apesar da sinalização, a comunidade cultural manteve o evento como ato de mobilização e vigilância, com o objetivo de assegurar a manutenção e a valorização do orçamento do setor em 2026.


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Mais de 100 pessoas participaram do encontro, entre elas conselheiros da área, a vereadora Paula Vicente (PT), produtores culturais e representantes de diferentes linguagens artísticas. Os participantes manifestaram preocupação de que, caso o substitutivo seja rejeitado, volte a valer o texto original com os cortes. Também discutiram estratégias para pressionar o poder público a preservar, e até ampliar, os valores destinados ao Promic e às políticas culturais do município, com abertura de falas para a apresentação de propostas coletivas. Entre as demandas levantadas, esteve também a cobrança pela contratação dos candidatos aprovados no concurso público de 2024 para a área da cultura.


O que o setor diz

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Para a FOLHA, os participantes avaliaram a reunião como positiva e destacaram tanto a mobilização quanto a necessidade de avançar na defesa da cultura em Londrina. Ao mesmo tempo, ficou evidente a insegurança diante do cenário político e a desconfiança em relação ao cumprimento das promessas do poder público.

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O jornalista, produtor da Usina Cultural e membro do CMPC (Conselho Municipal de Política Cultural), Reinaldo Zanardi, ressaltou que os cortes ainda representam uma ameaça concreta. “Infelizmente temos registrado ataques nos últimos anos para desmontar a política pública de cultura no município. Mesmo com o secretário dizendo que não haverá redução, precisamos continuar atentos, porque o substitutivo pode ser derrubado na Câmara por vereadores que atacam a cultura de forma sistemática e persistente. Vamos manter a mobilização para garantir os recursos que a cultura precisa e que a Câmara cumpra seu papel com a vontade do setor”, afirmou.

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O ator e produtor cultural Tiago Daniel, diretor do Festival das Diversidades, alertou sobre as consequências da medida. “O Promic é algo extremamente importante para a cidade. Já fiz parte, me sustentei e me sustento através dele. A pressão de vereadores contrários à cultura já teve impacto em diversos setores, principalmente no hip-hop, na cultura popular e periférica, então um corte que tem amparo legislativo é ainda mais perigoso. Seriam menos festivais, menos espetáculos, menos artistas conseguindo circular e se manter, menos filmes sendo produzidos. O impacto afeta até o esporte, que chegou a ser pautado nessas reduções. Londrina sairia prejudicada de todas as formas”, alertou.

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Kennedy Piau Ferreira, professor do departamento de Artes Visuais da UEL (Universidade Estadual de Londrina) e membro do coletivo Quizomba, chamou atenção para outros riscos do desinvestimento. “O posicionamento oficial do secretário é resultado da mobilização, mas é preciso consolidar o orçamento e repor a inflação entre 2024 e 2025. Caso contrário, Londrina corre o risco de perder recursos federais da PNAB (Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura), que já destinou mais de R$ 3 milhões ao município".


Para a vereadora Paula Vicente (PT), a mobilização não pode perder força. “Essa reunião foi muito proveitosa, principalmente no sentido de não recuar na luta, para que todos entendam a importância da cultura. Quanto ao compromisso do secretário [em não alterar os recursos], eu quero acreditar que ele vai cumprir. Não podemos deixar a pauta morrer nem deixar que achem acharem que está tudo certo. A gente precisa continuar atuando para ampliar o Promic, não só para manter do jeito que está”, disse.


A produtora cultural Luiza Braga, integrante de coletivos como Quizomba, Canto do MARL e Baque de Obá Kossô, reforçou: “O recuo da Prefeitura é uma resposta à mobilização, mas também demonstra o despreparo da gestão para lidar com a cultura enquanto política pública. Apesar de todas as dificuldades enfrentadas, o movimento cultural em Londrina é muito organizado. Vejo com alegria esse encontro porque não se trata mais apenas de manter o orçamento, e sim de ampliá-lo e melhorar a estrutura da Secretaria”.


Já o escritor e vice-presidente do CMPC Eduardo Baccarin Costa, destacou a gravidade do momento e a importância de manter a pressão. “Não é de hoje que vem essa tentativa de mexer no Promic e de tirar dinheiro da Cultura, e agora isso foi colocado de forma assustadora e com desdobramentos ainda mais terríveis. Nós não confiamos só no anúncio do secretário, esperamos que isso se concretize na votação da LOA e que, de fato, o orçamento aumente”, completou.


Reunião do Conselho


A pauta deve voltar a ser discutida na próxima reunião ordinária do CMPC de Londrina, que ocorre na segunda-feira (6), às 19h, na sede da Secretaria Municipal de Cultura, em frente à Concha Acústica de Londrina.


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O encontro é aberto ao público, permitindo que artistas, produtores e cidadãos interessados acompanhem o debate e apresentem sugestões. Embora apenas os conselheiros em exercício possam votar, a participação da sociedade civil é fundamental para influenciar decisões sobre o tema.


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