A Divisão de Música da Casa de Cultura da UEL (Universidade Estadual de Londrina) está com inscrições abertas até esta sexta-feira (22), para a Orquestra Barroca Capriccio Stravagante; o Coro de Ópera Barroca Color Rhetoricus e para o grupo Neuma Ensamble Universitário de Música Antiga. As vagas são para a comunidade interna e externa e se destinam ao setor de Música Historicamente Informada – área da Divisão de Música, que se dedica ao estudo e à prática da música realizada entre os séculos IX e XVIII. O setor nasceu em 1995 e completa, no ano que vem, 30 anos de história.
Plínio Machado é diretor musical dos grupos da área de Música Historicamente Informada e conta que irá trabalhar um repertório específico da Idade Média, do Renascimento e do Barroco. “Para o coro de ópera barroca, há vagas para vozes masculinas e femininas. Se tiver conhecimento musical, melhor ainda. Porque facilita a aprendizagem e o trabalho”, explica. Ele comenta que o coro terá, esse ano, um programa voltado à música inglesa e alemã.
Machado comenta ainda que quem toca violino, viola, violoncelo e flauta doce também pode integrar a orquestra barroca. A seleção inclui um teste para classificar o nível do interessado.
Os encontros seguem até o final do ano. Os integrantes de coros e orquestra terão a
oportunidade de subir ao palco para mostrar o que têm estudado. “São quatro apresentações no Cine Teatro Ouro Verde, durante o ano de 2024. Além disso, teremos atividades em escolas e igrejas”, explicou Plínio Machado, em entrevista a Valéria Giani, da Rádio UEL.
Segundo ele, os cursos revelam talentos e capacitam profissionais. Desde a criação do Neuma, em meados da década de 90, cerca de 600 pessoas fizeram parte dos projetos do setor de Música Historicamente Informada, que também contribuiu na formação de professores. “Temos ex-integrantes que, hoje, se dedicam à área acadêmica. Carlos Eduardo Vieira é professor de canto na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro); André Gonçalves é pesquisador na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e a Cecília Peçanha está na Bélgica. Ela é multi-instrumentista, cantora e compositora”, explicou.
Além de aspectos históricos, a área da Música Historicamente Informada tem o interesse interdisciplinar de agregar conhecimentos de Filosofia, Literatura, Teatro, Geografia, Física e Matemática. Conhecimento que colabora para melhor entendimento do contexto sócio-político-cultural da Idade Média, Renascimento e Barroco, para a construção de um pensamento técnico-musical, visando a uma performance viva na atualidade. “Por ‘Historicamente Informada’ se entende o conhecimento e a utilização de tratados, textos, cartas, imagens – iconografia, entre outros documentos e fontes dos períodos citados”, diz o site da Divisão de Música da Casa de Cultura.
Não há taxa de inscrição para integrar o projeto, nem pró-labore. “Mas, os alunos dos cursos podem reduzir a carga horária de estágios complementares, além da comprovação através dos programas de concertos”, explica Plínio Machado.
Educadora, flautista e coordenadora da Maratona Flauta e Fole, Luciana Schmidt dos Santos integra as atividades do projeto de Música Historicamente Informada desde o final de 2015. “É um privilégio ter essa oportunidade em Londrina. Fazemos um repertório lindo, que abre um mundo de possibilidades musicais. Além da vivência de momentos importantes, tanto nos ensaios quanto nos palcos”. Para ela, não é só o aprendizado de técnica e história. “Estudamos, refletimos. E também nos encorajamos e nos sensibilizamos. Além da amizade”, ressalta Luciana, formada em Música na UEL.
Rose Taques de Oliveira atua no grupo coordenado por Plínio Machado há oito anos, tocando violoncelo barroco. “Uma experiência enriquecedora”, define. Para a violoncelista, a principal vantagem é a oportunidade de fazer música em conjunto. “Uma coisa é estudar sozinha; outra é tocar em grupo. Assim, a gente aprende a ouvir os outros instrumentos, afinar, articular junto. É uma prática muito boa de música em grupo”, explica. Segundo ela, outro desafio é buscar reproduzir a sonoridade do instrumento na época em que ele era tocado. “Usamos corda de tripa e arco diferente para reproduzir o som do século 17, por exemplo”.
ENSAIOS
Para o Coro de Ópera Barroca, os ensaios são às terças e quintas, das 19h30 às 22h; já na Orquestra Barroca, os ensaios são às quartas e sextas, das 9h às 12h. Interessados em conferir os ensaios do Neuma devem comparecer às quintas, das 9h às 12h. Os ensaios são na Divisão de Música da Casa de Cultura da UEL (Rua Pernambuco, 540) e também no Edifício Júlio Fuganti (Rua Senador Souza Naves, 9), ambos no centro da cidade.
As inscrições para novas vozes e instrumentistas da área de Música Historicamente
Informada devem ser feitas exclusivamente por meio do e-mails elimarplinio@gmail.com, elimarplinio@yahoo.com.br e neuma.ars@uel.br.