Muitos usuários começaram mais uma semana de trabalho e de estudo com dúvidas em relação ao transporte coletivo de Londrina. Isso porque a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização de Londrina) fez alterações em 110 das 139 linhas de ônibus que percorrem a cidade.
Gerente de Planejamento de Transporte da CMTU, Jocélia Gorla explica que as mudanças começaram a valer já neste domingo (29) e envolvem, na grande maioria dos casos, ajustes pontuais que não afetam a rotina dos usuários. Segundo ela, houve uma otimização de horários e algumas adequações que aumentaram em 483 o número de partidas de veículos por dia.
De acordo com a CMTU, todas as alterações aconteceram após estudos técnicos e a consulta aos usuários, além de levar em conta o aumento da demanda e as necessidades de deslocamento dos usuários. Gorla reforça a importância do transporte coletivo, já que é ecológico e moderno. “Hoje a gente tem câmeras e tem um sistema inteligente para evitar atrasos e ocorrências, além de ser muito seguro”, afirma.
Principais alterações
Por conta das mudanças, Moacir Pereira Morais, gerente Operacional da CMTU, percorreu pontos e terminais de Londrina para conferir, na prática, o andamento do trabalho na manhã desta segunda-feira (30), primeiro dia útil após as mudanças no transporte coletivo. Ele destaca o impacto positivo, principalmente por conta do incremento de veículos nas linhas, como a 303, que vai até o Jardim Tókio, na zona sul. Antes, o veículo fazia o trajeto apenas até o Terminal Oeste; agora, a linha vai conectar o bairro também até o Terminal Central pela Avenida Presidente Castelo Branco e pela Rua Goiás.
O ônibus sai do Terminal Oeste, passa no Jardim Tókio e vai para o Terminal Central, repetindo o trajeto a cada 27 minutos. “Ficou uma linha pendular”, explica.
Outra mudança significativa foi em relação a linha 900, que sai do Terminal do Vivi Xavier e vai até o Hospital Universitário de Londrina. A linha, que só tinha três viagens ao dia, agora conta com 28 viagens a cada 26 minutos. “É uma linha bastante atrativa”, destaca, citando que a rota faz a ligação com dois importantes shoppings da cidade.
Além disso, outras linhas que também tiveram alterações foram: 94, 202, 203, 204, 207, 214, 216, 222, 270, 271, 308, 406, 412, 414, 600, 601, 602, 603, entre outras.
Dúvidas
Os usuários que tiverem dúvidas sobre as alterações podem entrar em contato com o 0800 400 7020 ou acessar o site https://mov1.com.br. “A plataforma tecnológica oferece horários dos veículos, informações sobre acessibilidade, a possibilidade de programar viagens e acompanhar a localização exata do veículo em tempo real. É uma ferramenta essencial para otimizar o tempo de deslocamento e identificar as linhas que atendem seu local de embarque e destino”, afirma Jocélia Gorla.
Atrasos
A reportagem foi até o Terminal Central na manhã desta segunda-feira para conferir na prática as mudanças e conferir a opinião dos usuários. Na plataforma da linha 303, o ônibus previsto para às 10h08 acabou chegando às 10h14, o que Moacir Pereira Morais garante que vai passar por revisões nos próximos dias. “Essa semana nós vamos avaliar para fazer alguma alteração pontual para corrigir esses atrasos”, reforça.
Economia de tempo
Aguardando pela chegada do ônibus que vai para o Jardim Tókio, a estudante Letícia de Oliveira Santos, 18, comemorou a mudança na rota, já que agora a previsão é de que ela chegue pelo menos 30 minutos mais cedo em casa. Ela, que cursa agronomia na UEL (Universidade Estadual de Londrina), precisava pegar três ônibus, mas agora a expectativa é de utilizar apenas dois, uma vez que não vai precisar mais passar pelo Terminal Oeste. “Foi maravilhosa”, opina sobre a mudança na linha.
Conferir o itinerário na prática
O porteiro Marcos Vinicius Manço Bettin, 60, aproveitou o dia de folga para conferir o funcionamento da nova rota, já que utiliza o transporte coletivo todos os dias para chegar ao trabalho. Ele conta que perdeu o ônibus neste domingo porque não sabia das alterações, então preferiu se precaver para que isso não se repita. Antes, ele garantiu que o ponto ficava a menos de 30 metros da casa dele, no Jardim Jamaica, mas que agora não sabe em qual local deve esperar o transporte, então resolveu testar na prática.
“Eu entrei no aplicativo, mas não estava entendendo, então o que eu fiz: eu vim para o Terminal Central e vou voltar para o Tókio para ver o itinerário”, conta, complementando que acredita que vai precisar andar pelo menos uns três quarteirões até o ponto com a alteração. Ele acorda todos os dias às 4h30 para chegar até às 7h no trabalho.
A aposentada Diva Alves, 70, avaliou positivamente as mudanças, mas garantiu que, no começo, os usuários ficam todos confusos. Ela, que mora no Parque Alvorada, aguardava a chegada da linha 303 para saber se, com a alteração, a linha passaria próximo da Avenida Tiradentes. “Fica muito confuso porque a gente já estava acostumada com as linhas e agora muda tudo”, comenta, complementando que usa com mais frequência as linhas 308 e 314.
Revitalização
Desde o dia 19 de maio, o acesso ao Terminal Central pela entrada da Avenida São Paulo está interditado para a reforma dos guichês, além de outras melhorias. Segundo a CMTU, a expectativa é de que a obra seja finalizada no dia 07 de julho. Com a conclusão, a entrada será liberada para que o acesso da Rua Professor João Cândido também passe por melhorias já a partir do dia 14 e com duração de 30 dias.
Além disso, outra revitalização do Terminal Central está prevista e deve ser executada pela Secretária de Obras. A CMTU adiantou que a obra faz parte do escopo de projetos para a reforma e ampliação do terminal, sendo que, nesta etapa, o objetivo é revitalizar a parte estrutural e sanar pontos de infiltração. “Em alguns momentos da obra, algumas plataformas vão precisar ser interditadas, mas não haverá interdição total do terminal e o serviço será mantido normalmente”, garante a companhia.
Em nota, a Secretaria Municipal de Obras e Pavimentação (SMOP) informa que as obras no Terminal Central Urbano incluem a recuperação das estruturas em concreto armado, serviços de impermeabilização da parede de contenção do subsolo e intermediário, assim como a recuperação dos drenos dessa parede.
Também fazem parte dos serviços, a recuperação das juntas de dilatação da laje do térreo e a impermeabilização das marquises, além da impermeabilização de um reservatório de água do piso inferior.
A SMOP informa ainda que o certame, lançado em 1º de abril, teve como vencedora a empresa Quimicons, de Campo Largo/PR, que apresentou a proposta de R$ 1.098.800,00, valor quase 20% menor que o preço máximo previsto no edital, de R$ 1.318.184,39.
A Secretaria Municipal de Obras e Pavimentação esclarece ainda que o contrato foi assinado na última terça-feira (24) e que aguarda agora o retorno do órgão repassador do recurso (CAIXA) para que a ordem de serviço seja emitida, o que deve ocorrer nos próximos dias. A obra tem previsão de conclusão de 150 dias, após a assinatura da ordem de serviço.