As sete cooperativas de coleta seletiva de Londrina e a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) ainda não entraram em um acordo sobre a atualização dos valores de repasse para renovação de contrato que vence nesta quarta-feira (17). Com tratativas em andamento, as organizações cobram aumento na taxa de coleta, que hoje é de R$ 2,11 por mês por domicílio visitado.
O MPPR (Ministério Público do Paraná) promoveu na sexta (12) reunião com representantes das sete cooperativas que atuam em Londrina para tratar de um novo modelo de trabalho. Révia Luna, da 20ª Promotoria de Justiça de Londrina, explica que, durante um ano e meio de trabalho, foi desenvolvido um novo formato de contrato entre as cooperativas e a CMTU na tentativa de amenizar defasagens.
O estudo propôs 141 alterações, sendo 82 relacionadas ao contrato entre a CMTU e as cooperativas e as demais sobre a gestão de resíduos no município. Entre os principais apontamentos, a promotora destaca que a remuneração das cooperativas e de seus cooperados passaria a englobar a coleta, a triagem, a destinação e a educação ambiental.
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Nesse formato, o valor de repasse levaria em conta a insalubridade, os gastos com combustível, energia, água, entre outros. Além disso, cada cooperado receberia ao menos um salário mínimo mensal. Hoje, a remuneração dos trabalhadores vem da venda dos materiais, que pode variar mês a mês. A proposta também inclui a contratação de um técnico ambiental para fazer a ponte entre a companhia, as cooperativas e a sociedade civil.
Diante das sugestões de alteração para um novo formato de contrato, Luna explica que os novos valores deviam vir através de uma planilha de custos, que seria desenvolvida pela CMTU. A promotora reforçou que o estudo completo foi enviado em 5 de abril para a CMTU e que, por fazer parte do grupo de trabalho, a companhia tinha conhecimento de que teria que apresentar a planilha, mas que até o momento nenhum documento relatando os custos e remunerações foi enviado. “Tudo isso é de conhecimento da CMTU”, afirma.
Em entrevista à FOLHA na última sexta-feira, o diretor-presidente da Ecorecin, Francisco Bitencourt, explicou que o novo plano de trabalho proposto pelo MP fortaleceria as cooperativas e seus cooperados, já que há anos eles atuam com um contrato que ele considera injusto.
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