No seu primeiro mandato a senhora apresentou uma série de proposições visando o desenvolvimento da inovação. Um deles, inclusive abordado nesta coluna, foi o projeto de lei do QR Code em obras públicas, uma ideia absolutamente inovadora com o propósito muito nobre de desenvolver a transparência e aumentar a participação popular na administração pública. Nesse novo mandato, a senhora pretende seguir nessa mesma direção?
Nós somos uma sociedade carente de inovação em todos os segmentos e eu defendo várias pautas vinculadas a essa temática: a educação, a defesa das mulheres, a inovação como instrumento voltado à melhora da gestão pública no que diz respeito à fiscalização são bons exemplos. Em todas elas nós percebemos a necessidade fundamental de trazer uma inovação incremental, que resolva problemas no dia a dia de forma simplificada. Não necessariamente uma inovação disruptiva, que muda tudo e que custa muito caro, mas aquela que facilita a nossa vida, que melhora a vida do cidadão, por exemplo, diminuindo ou eliminando a burocracia, ou ainda simplificando o acesso das pessoas aos serviços públicos. Minha ideia é somar neste trabalho de desenvolver a inovação que melhore a vida do cidadão londrinense, com soluções simples e eficazes. A gente ouve a população e sabe que há muitos pontos a serem aprimorados, principalmente na melhora da máquina pública.
Importante lembrar do meu projeto de lei que originou a Lei Municipal n° 13.303, a qual regulamenta a sinalização QR Code em placas de identificação de ruas e avenidas, obras públicas e pontos turísticos, e também em prédios do município. Segundo a normativa, qualquer cidadão que tenha um celular com câmera, ou seja, praticamente todo mundo, ao direcionar a câmera para o código QR Code, terá acesso ao site oficial da Prefeitura. Nele, há informações turísticas, funcionamento dos serviços públicos, localização geográfica, além de dados sobre obras públicas realizadas em Londrina.
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Esta proposta de inovação vem ao encontro da preocupação mundial com transparência das ações realizadas pelos entes públicos e ainda beneficia a população disponibilizando informações relevantes de forma simples e rápida, já que nem sempre o cidadão tem tempo e condições de buscar esses dados no site da Prefeitura, por exemplo.
Meu projeto veio na esteira da necessidade de o poder público criar instrumentos de disponibilização de informações de interesse geral por meio de tecnologias acessíveis e de baixo custo. A inovação surgiu depois de a iniciativa privada criar, testar e aprovar a ferramenta QR Code em grande escala, o que significa que a população em geral validou a tecnologia por conta da sua virtudes, como praticidade, simplicidade e sem ônus para o cidadão.
Isso mostra que o mais importante em muitos casos não é o setor público preocupar-se em lançar inovações disruptivas rapidamente que vão mudar toda a estrutura do mercado, mas, antes disso, incorporar tecnologias em benefício do cidadão.
(Continua na próxima segunda)
*Lucas V. de Araujo: PhD em Comunicação e Inovação (USP).
Jornalista Câmara de Mandaguari, Professor UEL, parecerista internacional e mentor de startups.
@professorlucasaraujo (Instagram) @professorlucas1 (Twitter)