Se as projeções mais pessimistas se concretizarem, a população de Jacarezinho, no Norte Pioneiro, pode ficar sem atendimentos médicos de baixa e média complexidade no único Pronto Socorro do município dentro de um prazo de dois meses.
A possibilidade é reflexo de uma falta de acordo financeiro entre a diretoria da Santa Casa de Misericórdia local, que presta o serviço, e a prefeitura de Jacarezinho, responsável por custear os atendimentos.
"O que acontece é que a prefeitura não tem um Pronto Socorro ou uma UPA, por exemplo, então paga a Santa Casa para prestar esse serviço, mas o problema é que o valor repassado não chega nem perto de cobrir os gastos", reclama o presidente da Santa Casa, Karol Woytilla.
O presidente da entidade esclarece que o PS demanda um gasto mensal médio de R$ 833 mil, mas que em 2024 o valor repassado pela prefeitura ficou em R$ 300 mil mensais - apenas para manter os médicos são mais de R$ 600 mil por mês . Para piorar, o valor previsto em 2025 é ainda menor.
Woytilla ainda compara o repasse recebido com o praticado em Siqueira Campos (município também do Norte Pioneiro, próximo a Jacarezinho), onde os valores são superiores. "Só para ter uma ideia, a prefeitura de Siqueira Campos, que tem a metade da população de Jacarezinho, repassa mais de R$ 4 milhões anuais para a Santa Casa deles. Isso já dá uma ideia de quanto nosso valor é defasado", pontua.
"É importante deixar claro que esse não é um problema recente. Isso já vem de anos. Mas a Santa Casa tem esse gargalo e nos reunimos várias vezes com a prefeitura para encontrar uma solução, mas não conseguimos. Então em 60 dias nós vamos parar com os atendimentos de baixa e média complexidade no Pronto Socorro. Se montarem uma estrutura do município para prestar esse serviço, como estão cogitando, para a gente seria ótimo, porque iria desafogar nossos atendimentos", completa o presidente da Santa Casa de Jacarezinho.
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