Com atraso em relação aos concorrentes Google e Amazon, mas buscando exibir um produto mais aperfeiçoado, a Apple apresentou o seu sistema de computação em nuvem, batizado iCloud. Ele permitirá ao usuário ter todos os seus arquivos em diferentes aparelhos tecnológicos, como celular, computadores, tocadores de MP3 e tablets, sem a necessidade de sincronização.
Deixando de lado por um dia a sua licença por problemas de saúde, que começou em janeiro, o fundador e presidente da empresa, Steve Jobs, subiu ao palco para iniciar a apresentação para cerca de 5 mil pessoas reunidas em um auditório em San Francisco. Da mesma forma que meses atrás, quando lançou o iPad2, Jobs estava bem mais magro do que em anos anteriores.
Ao descrever o iCloud, Jobs disse que atualmente, como as pessoas carregam diferentes aparelhos, como o iPhone, o iPad e o iPod, além de computadores e laptops, "estava ficando complicado ter todos os arquivos atualizados em todas essas plataformas ao mesmo tempo". Segundo ele, alguém querendo escutar uma música no iPad talvez não a tivesse disponível no momento em que precisasse, apesar de tê-la baixado no computador.
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Com o iCloud, que coloca a marca "Apple" no conceito de computação em nuvem, será possível deixar arquivos disponíveis em diferentes aparelhos. Ao custo de US$ 25 por ano, serão disponibilizadas cerca de 20 mil músicas online. O valor é menor do que o das concorrentes.
"Ficar sincronizando todos esses aparelhos está nos deixando loucos e nós temos a solução para este problema", disse Jobs. Segundo o executivo, "o centro de nossas vidas digitais serão as nuvens. Tudo será feito automaticamente". A sincronização ocorre, por exemplo, quando a pessoa conecta o celular ao computador. Esse procedimento, apesar de simples, demanda tempo e obriga que a pessoa esteja em casa. Com a nuvem, uma foto tirada pelo iPhone estará disponível imediatamente em todos os aparelhos registrados no iCloud. O mesmo vale para músicas e outras aplicações.
Outras empresas já utilizam o conceito de nuvem há algum tempo. Na verdade, e-mails como o Gmail e o Hotmail adotam esse formato há anos. Nos últimos meses, a ideia de nuvem foi ampliada. O Google largou na frente com o Google Documents, no qual a pessoa pode escrever um texto e ter acesso a ele em qualquer lugar. No Word, da Microsoft, não há essa opção, apesar de ser ainda o mais utilizado em todo o mundo.
Acordos
Google e Amazon já entraram na venda de música via computação em nuvem, mas enfrentam problemas com direitos autorais. Como a Apple já possui contrato com as gravadoras, o iCloud tende a conseguir mais sucesso. Todas as músicas compradas poderão ser baixadas em qualquer um dos aparelhos. Tudo será automático, sem a demora das transferência. No caso de vídeos e fotos, o sistema também será o mesmo. As imagens captadas pelo celular estarão na nuvem e, consequentemente, no computador, sem precisar transferir os dados.
Para manter todos essas informações em nuvens, a Apple precisou construir um gigantesco centro de dados avaliado em US$ 1 bilhão. O tamanho e as dimensões indicam que o iCloud será aplicado para muitas outras funções, além das descritas no lançamento de ontem.
Além do iCloud, a Apple apresentou ontem novas plataformas para os computadores Mac e uma versão atualizada do iOS, usada no iPhone e no iPad, que facilitará o uso de algumas aplicações como as do Twitter e do Facebook.