Tratoraço, rodovias fechadas, ocupação das praças de pedágio, comércio e cooperativas fechados. Estes foram alguns atos que marcaram o protesto dos produtores rurais em todo o Paraná na manhã desta terça-feira (16) com o objetivo de chamar a atenção sobre a crise na agricultura.
No Norte no Estado, as rodovias atingidas pelo protesto são a BR-369, BR-376, PR-323 e PR-445. Os agricultores estão liberando as estradas parcialmente, e impedem a passagem de veículos de passeio e caminhões. Em casos especiais, como pessoas que têm consulta médica, o trânsito é liberado. Em solidariedade aos produtores, o comércio de cidades como Jataizinho e Assaí está fechado, e os comerciantes aderiram aos protestos próximo à ponte do Rio Tibagi. O comércio de Maringá também promete parar nesta tarde.
As cooperativas Cocamar, Coamo e Corol pararam a produção em solidariedade ao protesto. Em Ponta Grossa, pecuaristas distribuíram mais de 4 mil litros de leite.
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As manifestações também devem chegar ao governo federal no chamado ‘Grito do Ipiranga’. É previsto a presença de 12 governadores, que terão audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar dos seguidos pacotes de ajuda, o setor não está satisfeito.
Entre outras coisas, os manifestantes pleiteiam a garantia de preço mínimo, alongamento das dívidas já contraídas em financiamentos, redução das taxas de juros, mudanças na política cambial e implantação do seguro agrícola. Durante toda a semana passada agricultores de vários municípios bloquearam pontos da linha férrea, impedindo o tráfego dos trens. A América Latina Logística (ALL), concessionária que administra as ferrovias paranaenses, chegou a recorrer à Justiça e conseguiu a reintegração de posse. No entanto, as decisões tiveram pouco efeito prático porque os agricultores mudaram várias vezes de local.
Um levantamento mostra que os preços dos combustíveis subiram 185% durante o período, enquanto os fertilizantes aumentaram 35% e os agroquímicos, 133%. Além disso, a defasagem de preços acumulada seria de 75% para a mandioca, em 54% para a soja, 43% para a carne suína e 38% para o milho.