O Paraná teve uma queda de 18,76% na produção de grãos este ano devido a seca. O último levantamento sobre a safra feito pelo Deral (Departamento de Economia Rural), da Secretaria da Agricultura, aponta para uma produção de grãos de 23 milhões de toneladas, contra uma previsão inicial de 30 milhões (antes da estiagem).
A estimativa de perda na soja é de 3,13 milhões de toneladas (25,25%), do milho-safrinha de 1,04 milhão de toneladas (31,34%), e milho normal, 0,88 milhão (11,87%), produtos que apresentam também as maiores perdas financeiras (R$ 1,54 bilhão com a soja, e R$ 0,52 bilhão com o milho).
Segundo estimativa do secretário da Agricultura e vice-governador, Orlando Pessuti, a renda bruta que deixará de circular no Paraná por conta da estiagem chega a R$ 2,33 bilhões, contra os R$ 2,11 bilhões anunciados no relatório de março.
Leia mais:
IDR Paraná e parceiros realizam Show Rural Agroecológico de Inverno
Quebra de safra obriga Santo Antônio da Platina a cancelar Festa do Milho
Paraná: queda no preço de painel solar estimula energia renovável no campo
AgroBIT Brasil 2022 traz amanhã soluções tecnológicas para o agronegócio
A principal causa da retenção da produção por parte dos agricultores, segundo a Secretaria da Agricultura, é o baixo preço praticado no momento. Exemplo disso é a soja, vendida em média a R$ 47 (saca de 60 kg) em 2004 e agora está cotada em R$ 29. Situação crítica também a dos plantadores de algodão, que na safra passada venderam o produto a R$ 20 a arroba, e agora o produto está sendo comercializado a R$ 13.
A queda significativa no preço do algodão fez com que a Secretaria da Agricultura enviasse ofícios aos ministros da Fazenda, da Agricultura, e do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, sugerindo a compra, através de AGF (Aquisições do Governo Federal), de 10 mil toneladas do produto no Paraná.
O mesmo acontece com os produtores de farinha de mandioca, que também solicitam do Governo Federal medidas para amenizar a situação, uma vez que estão sem produzir por falta de preço. A saca, que hoje custa R$ 25, era vendida no início de 2004 a R$ 60.
Informações da AEN