Rural

Paraná ocupa 2º lugar na produção de cafés de qualidade

11 dez 2007 às 16:41

Desde 2006 o Paraná vem se destacando como produtor de café de qualidade. No ano passado sagrou-se campeão nacional e este ano conquistou o segundo lugar na categoria "café natural" pelo concurso nacional da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC). Agora, além da qualidade, o café paranaense começa a se destacar também como melhor na categoria de orgânico.

Com isso, os cafeicultores paranaenses estão conseguindo vender os produtos premiados em leilão por um preço até sete vezes acima do valor de mercado. Os cinco cafeicultores premiados nos concursos nacional e estadual de Qualidade Café foram homenageados pelo governador Roberto Requião, na Escola de Governo desta terça-feira, no Museu Oscar Niemayer, em Curitiba.


O mercado atual paga em média R$ 250,00 a saca de café, e o produtor Yassumassa Asami, de Marialva, segundo colocado no concurso nacional da ABIC, teve seu lote de café natural arrematado por R$ 1.780,00 a saca. "Este é o resultado da adoção de um novo modelo tecnológico implantado no primeiro governo de Requião, a partir de 1991, quando foi iniciado o Programa de Revitalização da Cultura Cafeeira", disse o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini.


Além de ser premiado em segundo lugar no concurso nacional, Asami foi o campeão paranaense também na categoria "Natural". Outros quatro cafeicultores se destacaram nos concursos. Ronieri José Mazetto, de Tomazina, foi o campeão paranaense na categoria "Cereja Descascado" e o quarto lugar no concurso nacional da ABIC. Seu lote foi arrematado por R$ 1.310,00 a saca.


O cafeicultor Aurino Akihito Kitagawa, de Apucarana, obteve o segundo lugar no concurso estadual na categoria de café orgânico. É dele o café orgânico de maior valor no leilão estadual, tendo seu lote arrematado por R$ 1.509,00 a saca. O cafeicultor Angelo Gavioli Filho, de Mandaguari, e Ismael da Silva Cudik, de Jacarezinho, ambos pequenos produtores beneficiários do crédito fundiário do Banco da Terra para aquisição de suas propriedades, também foram classificados no concurso estadual de Qualidade Café Paraná.


Gavioli Filho obteve o primeiro lugar na região de Maringá e sétimo no concurso estadual. Cudik foi classificado no concurso regional da região de Jacarezinho, o que demonstra o profissionalismo e o cuidado desses pequenos produtores com a produção e a colheita do café, segundo o secretário Bianchini.


Para o governador Requião, o Paraná tem o melhor café do Brasil, graças ao empenho do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), que desenvolveu o modelo de café adensado, que protege as lavouras das geadas, e do Instituto Emater de Extensão Rural, que presta assistência técnica aos produtores. Ele lembrou que, em seu primeiro governo, foi alertado que o Estado não deveria priorizar a quantidade de produção, mas sim a qualidade do produto, o que justificou sua decisão de lançar o programa de Revitalização do Café, com o modelo adensado.


Segundo o secretário da Agricultura, antes da transformação do modelo tecnológico de produção, o Paraná era conhecido nacionalmente como o maior produtor de café – desde a década de 60 - mas também herdou a fama de produto de baixa qualidade. Naquela época, a cafeicultura ocupava 1,8 milhão de hectares e produzia 22 milhões de sacas.


Após muitas geadas e a decadência da cafeicultura paranaense, o Estado transformou sua cafeicultura para um sistema intensivo de produção, que passou a priorizar a elevada produtividade e a qualidade. Com isso, a produtividade estadual avançou de oito sacas por hectare para 22 sacas por hectare. A produção atual é de dois milhões de sacas.


Atualmente, o governo Requião está promovendo mais uma revolução na cafeicultura do Estado com a decisão de fortalecer a atividade como geradora de renda para a Agricultura Familiar, disse Bianchini. A meta do novo programa de cafeicultura é ampliar a área de produção de 100 mil para 140 mil hectares, passar de 13 mil produtores para 16 mil produtores e ampliar a presença dessa lavoura para cerca de 200 municípios do Estado.

AEN


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