O Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes) avança no desenvolvimento de um novo
fertilizante: a ureia com aditivo, que poderá aumentar a produtividade de culturas
agrícolas que demandam fertilização por cobertura (aplicada sobre o solo), como a
cana-de-açúcar, o milho e as frutas cítricas.
O diferencial deste novo produto, testado recentemente nas linhas de produção da
Fábrica de Fertilizantes do Paraná (Fafen/PR), está na incorporação de uma solução
que inibe a degradação da ureia e reduz suas perdas de 70% para até 20%, aumentando
a disponibilidade de nitrogênio (presente na ureia), elemento que tem importância
vital para as plantas.
O teste industrial comprovou ainda que, além de minimizar a perdas de amônia
presente na ureia por volatilização (quando parte da substância vai para o ar em vez
de ir para o solo), reduz outros efeitos associados, como a queima das folhas. Na
prática, o aditivo atua controlando a degradação da ureia, dando mais tempo para a
incorporação de nitrogênio ao solo por meio de chuva, da irrigação ou de ação
mecânica.
A próxima etapa do projeto de pesquisa prevê a realização de testes agronômicos em
laboratório e no campo. Também estão previstos novos experimentos e ajustes
operacionais para produção do fertilizante também nas unidades de Sergipe, Bahia e
do Mato Grosso. Serão avaliados, ainda, o período de validade e o efeito da
temperatura na armazenagem sobre o produto.
A ureia é um fertilizante agrícola produzido a partir de gás natural que, por meio
de um processo químico, é transformado em amônia, que, por sua vez, é insumo para
produção de fertilizantes nitrogenados (além de ureia, sulfato de amônio e nitrato
de amônio). A ureia atua como fonte de nitrogênio e possibilita a complementação da
quantidade necessária desse elemento no solo.