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Mel ou melado?

Nova técnica vai certificar pureza do mel produzido no BR

Heloísa Prado - Bonde
16 ago 2006 às 20:32

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Rapidez de análise, baixo custo e alta sensibilidade. A técnica para certificação da integridade do mel produzido no Brasil, desenvolvida pelo Laboratório Thomson de Espectrometria de Massas, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), apresenta as três características fundamentais para um bom controle de qualidade.

Os apicultores nacionais conhecem bem as conseqüências de não terem um produto de origem controlada. Em março, a Federação Européia de Comércio de Produtos do Agronegócio teria constatado resíduos de antibiótico no produto brasileiro, o que levou a um embargo - a atitude, segundo produtores, também poderia ter motivações políticas. O assunto tem sido discutido pelas partes e está longe de ser resolvido.

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De acordo com a Agência Fapesp, o teste recém-criado permite conhecer a origem do mel (eucalipto, silvestre, laranjeira e assim por diante) e a existência de substâncias estranhas no produto. Os resultados saem em um minuto.

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"Por ser um método muito sensível, rápido e simples, acreditamos que possa ser aplicado facilmente por laboratórios nacionais de controle de qualidade", disse Rodrigo Catharino, pesquisador do Laboratório Thomson.

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Ainda segundo informações da Fapesp, o equipamento usado, um espectrômetro de massas, gera diversos gráficos que representam as substâncias existentes nos méis. "Fechamos o foco nos sinais dados pelos triglicerídeos e açúcares. A somatória desses elementos é que permite saber, além da origem, se o mel está adulterado ou não", explica Catharino.


A parte final do teste consiste na comparação entre amostras que constam do banco de dados montado pelo laboratório - e consideradas de bom padrão de qualidade - com as obtidas no mercado, vendidas normalmente aos consumidores. Segundo Catharino, uma das maiores surpresas nos testes já feitos foi identificar que a adulteração de uma determinada amostra de mel ocorreu por meio da adição de óleo de soja.


Mais comum, segundo as análises feitas em Campinas, é o uso de misturas como caramelo, xarope de glicose ou açúcar invertido, ingrediente muito utilizado na indústria de balas. "A viabilização das análises para o atendimento do produtor e da população em geral já pode ser feita sem problemas. Esperamos que órgãos de governo se interessem pela transferência de tecnologia", disse Catharino.

A venda de mel adulterado não acarreta prejuízos apenas para o produtor. Como muitas pessoas ingerem o produto em virtude de certas propriedades químicas, um índice muito alto de adulteração pode ocasionar problemas de saúde. Além do mel, o laboratório da Unicamp faz testes semelhantes com o própolis produzido. O próximo passo será estudar a geléia real.


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