A falta de chuvas significativas desde novembro do ano passado provocou a redução em média de 18% na safra de grãos 2011/2012, estimada em 22,2, milhões de toneladas. Estima-se queda de 3,95 milhões de toneladas na safra de verão do Paraná, concentrada nas lavouras de soja, milho e feijão, o que aos preços de hoje, significa prejuízo de R$ 2,48 bilhões.
O novo relatório do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, foi divulgado nesta quinta-feira (26). De acordo com o diretor do Deral, Otmar Hubner, as chuvas de janeiro favorecerão o plantio de feijão e de milho da segunda safra, que terão área maior que no ano anterior.
A produção de soja, inicialmente estimada em 14,11 milhões de toneladas, foi reavaliada para 11,67 milhões. Estima-se quebra em torno de 17,3%, o que representa, que cerca de 2,44 milhões de toneladas deixarão de ser produzidas, causando perda de R$ 1,76 bilhão.
A área plantada com milho primeira safra, no Paraná, é de 945.656 hectares, 22% a mais que a plantada no ano anterior. A expectativa era que a produção atingisse 7,47 milhões de toneladas, 21% acima do volume obtido no início de 2011 (6,1 milhões de toneladas). No entanto, a estiagem, de acordo com levantamento feito pelos técnicos do Deral, fez com que a estimativa caísse para 6,05 milhões de toneladas, redução de 19%, que representa quebra de 1,42 milhão de toneladas e prejuízo de R$ 556,8 milhões.
Estima-se que 64% da área total destinada à cultura do feijão primeira safra (246.131 hectares) já foi colhida. A produção inicialmente esperada era de 430.656 toneladas, porém, temperaturas abaixo da média e a estiagem, comprometeram o potencial produtivo. Segundo o levantamento, estima-se quebra de 20% da produção de feijão, 86.417 toneladas, o que representa prejuízo de R$ 161,76 milhões. A produção atual está estimada em torno de 344.239 toneladas.
CLIMA - Em dezembro o regime de chuvas ficou abaixo da normalidade, comprometendo o desempenho da safra. Segundo o Simepar, nas estações meteorológicas de alguns núcleos regionais, como Toledo, Campo Mourão, Maringá, Londrina e Francisco Beltrão, choveu abaixo de 33% da média normal para o mês.
No início de janeiro, voltou a chover, com mais intensidade a partir do dia 12, amenizando a estiagem e favorecendo as lavouras que ainda estavam nas primeiras fases de desenvolvimento. Porém, nas áreas em que as plantações estavam mais adiantadas e que ficaram por maior período sem receber chuvas, os prejuízos são irreversíveis.