A produção leiteira do Paraná pode sofrer redução devido a prolongada estiagem. Além do calor, pastos secos diminuem a oferta de alimento às vacas leiteiras criadas a campo. Segundo a engenheira agrônoma Maria Silvia Digiovani, da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), que é também secretária do Conselho Paritário de Produtores e Indústrias de Leite do Paraná (Conseleite), ainda não há registros oficiais de queda na produção aqui no Estado, mas em outras regiões produtoras como Santa Catarina e Minas Gerais.
''O rebanho é composto de muitos animais da raça holandesa, que sofre bastante os efeitos não só da falta de alimento, mas também do calor dimunindo a quantidade de leite'', destaca Maria Silvia. Com isso, mesmo as vacas criadas em confinamento não escapam das ações do clima. A baixa na produção pode promover uma elevação nos preços do leite, que segundo ela, enfrenta um período de baixa nas cotações, mesmo na entressafra. Mas isso não serve de estímulo.
''A seca está afetando também o custo de produção do leite que vinha numa curva de baixa'', explica a agrônoma. O mercado já registra reações nos valores do milho e da soja, principais ingredientes da ração servida às vacas leiteiras. ''O custo da alimentação do gado é o que mais pesa na bovinocultura leiteira.''
O rebanho de vacas ordenhadas no Paraná é estimado em 1,3 milhão animais. A produção oficial de leite, segundo dados de 2008, é de 2,8 bilhões de litros, informa Maria Silvia, ressaltando a curva ascendente de produção que o setor vem registrando.
No dia 17 de agosto ocorreu a última reunião do Conseleite, que confirmou o preço referência do mês de julho em R$ 0,6816 para o litro do leite acima do padrão. Para agosto o valor projetado é de R$ 0,6601. A próxima reunião do conselho paritário está marcada para o dia 14 de setembro.