A renda agrícola de 2009 deve ficar em torno de R$ 155,2 bilhões. A estimativa, divulgada hoje pelo Ministério da Agricultura, é baseada nos levantamentos da safra feitos em maio e mostram redução de 3,8% em relação a 2008, quando ficou em R$ 161,39 bilhões. Se confirmada, a queda será a segunda maior renda registrada desde quando teve início a série estatística, em 1997.
Segundo o coordenador-geral de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, José Garcia Gasques, a queda de renda se devem a uma combinação de fatores: excesso de chuvas no Nordeste; secas e geadas no Sul e Sudeste; e estiagem e falta de investimentos privados no Centro-Oeste. O investimento menor está relacionado à crise financeira internacional que afetou as tradings (empresas que financiam os produtores).
Apenas a Região Norte deve apresentar crescimento de renda de 8,1%, influenciado principalmente pela valorização das lavouras de mandioca e banana no Acre, Amazonas e Tocantins, que também se beneficiou com a valorização da soja. No Nordeste, a redução de rendimento pode ficar em 3,4%. As maiores quedas devem ocorrer nos estados do Sudeste (-6,1%), Centro-Oeste (-10,9%) e Sul (-11%).
Entre os produtos que tiveram maior aumento de renda estão a uva (202,7%), o cacau (19,7%), o arroz (17,7%), a mandioca (14,6%), o amendoim (11,1%), a cana-de-açúcar (9,8%); a batata inglesa (8%) e a laranja (3,1%). Já entre os que perderam renda os destaques são o milho (-28,1 %), o algodão herbáceo (-27,6%), o trigo (-18,5%), o café (-14 %), a cebola (-14,2%), o feijão (-16,4%), fumo (-4,4%) e a soja (-2,1%).