Quase 30% dos fertilizantes colocados à venda no Paraná, nos últimos cinco anos, apresentaram algum tipo de fraude em sua formulação. O dado foi divulgado nesta terça-feira (16) pelo Serviço de Fiscalização de Insumos Agrícolas da Secretaria de Estado da Agricultura, durante reunião do Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Cedraf).
De acordo com o engenheiro agrônomo Eduardo Scucato, do Serviço de Fiscalização de Insumos Agrícolas, o índice médio de adulterações dos últimos 20 anos é de 18,4%. Considerando apenas os últimos cinco anos, o índice sobe para cerca de 30%. O aumento, segundo ele, deve-se ao aperto na fiscalização, com intensificação das interdições por parte dos fiscais, respostas mais rápidas dos laboratórios que analisam os produtos e ação rápida da secretaria na retirada dos produtos de baixa qualidade do comércio.
Nas indústrias, onde a fiscalização é feita pelo Ministério da Agricultura, as fraudes encontradas atingem 8,2% dos produtos. "Precisamos trabalha em parceria para identificar e evitar fraudes", disse o agrônomo, lembrando que adulterações em fertilizantes representam grave prejuízo para o produtor, com reflexos na economia, já que reduções na produtividade afetam negativamente a renda dos agricultores.
A Secretaria da Agricultura pediu aos agricultores apoio para mudar a legislação sobre a industrialização, comércio e revenda de fertilizantes. Técnicos do Departamento de Fiscalização e da Sanidade Agropecuária (Defis) da secretaria – responsável pela fiscalização de insumos agrícolas nas revendas de agrotóxicos – também defendem aperfeiçoamentos na legislação sobre coleta e apreensão de produtos, inclusive nas indústrias, e aumento da rastreabilidade e das penalidades para os responsáveis por fraudes (com AEN).