O Brasil está com excesso de café no mercado. Essa é a conclusão clara, verificada pelo governo, afirma o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. Para evitar que isso afete ainda mais os produtores, Stephanes diz que é preciso retirar do mercado 10 milhões de sacas de 60 quilos do produto neste ano e no próximo.
Deverão ser investidos na operação cerca de R$ 1 bilhão, dos quais R$ 300 milhões vêm dos recursos que serão disponibilizados para apoio à comercialização (R$ 1,6 bilhão) e o restante de outras fontes.
Cerca de 3 milhões de sacas, do total anunciado hoje pelo ministro, já foram operacionalizados pelo governo, principalmente por leilões de contratos de opção de venda.
Stephanes disse hoje (7), em conversa com jornalistas que cobrem o Ministério da Agricultura, antes da viagem de uma semana de férias, que este ano houve um fato inusitado: a existência de estoques em poder de países consumidores, e não dos produtores. Isso faz com que o preço seja pressionado para baixo. "Sabemos que na frente ele vai aumentar, mas neste momento o ganho do produtor caiu", afirmou.
O ministro assumiu o erro do governo em não atuar no momento da colheita para evitar a queda de preço. "As opções de venda não foram suficientes. Faltou crédito no momento certo, e vamos influir agora para formar estoques."
Sobre a decisão da Colômbia de vender café para o Brasil, Stephanes diz que a medida não deve influenciar o mercado nacional, mas ressaltou a estratégia do país vizinho em vender a marca de seu produto no exterior. Apesar de o Brasil ser o maior produtor mundial, com produto de qualidade similar ao da Colômbia, o café colombiano é que é conhecido como o melhor do mundo. "Nós temos que aprender um pouco com os colombianos", afirma o ministro.