Rural

Agricultores retomam bloqueios nas rodovias

19 mai 2006 às 10:35

Os agricultores do Paraná retomaram os bloqueios nas rodovias do estado, na manhã desta sexta-feira, em protesto contra a crise no campo. De acordo com o último boletim da Polícia Rodoviária Estadual (PRE), há 24 pontos de interdição. Os manifestantes têm mantido máquinas pesadas e tratores atravessados na pista por boa parte do dia.

A movimentação dos agricultores foi mais concentrada nas regiões Norte e Oeste. A exemplo dos últimos dias, o bloqueio é total na Ponte Ayrton Senna (BR-163 KM 01).


Neste final de semana, os agricultores deverão interromper o bloqueio nas rodovias do Estado. A decisão foi tomada nesta quinta-feira (18) à noite durante reunião de produtores rurais de vários municípios, realizada em Rolândia (25 km a oeste de Londrina). No entanto, a partir de segunda-feira (22) a previsão é fechar as agências do Banco do Brasil na maioria dos municípios da Região Norte do Estado até o dia 25, quando o governo federal deverá anunciar um pacote de medidas em socorro da agricultura.


Os protestos ocorrem desde terça-feira (16); os manifestantes chegaram a interditar 116 trechos das estradas.


Entre outras coisas, os manifestantes pleiteiam a garantia de preço mínimo, alongamento das dívidas já contraídas em financiamentos, redução das taxas de juros, mudanças na política cambial e implantação do seguro agrícola. Durante toda a semana passada agricultores de vários municípios bloquearam pontos da linha férrea, impedindo o tráfego dos trens. A América Latina Logística (ALL), concessionária que administra as ferrovias paranaenses, chegou a recorrer à Justiça e conseguiu a reintegração de posse. No entanto, as decisões tiveram pouco efeito prático porque os agricultores mudaram várias vezes de local.

Um levantamento mostra que os preços dos combustíveis subiram 185% durante o período, enquanto os fertilizantes aumentaram 35% e os agroquímicos, 133%. Além disso, a defasagem de preços acumulada seria de 75% para a mandioca, em 54% para a soja, 43% para a carne suína e 38% para o milho.


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