Os paranaenses encerraram 2024 menos endividados, de acordo com a análise da Fecomércio PR (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná) sobre a Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência), elaborada pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo ).
O estudo mostra que 88,6% das famílias paranaenses possuíam algum tipo de dívida em dezembro do ano passado, como prestações de carro e seguros, cartões de crédito, carnês de lojas e empréstimos pessoais. Essa redução no índice fez o Paraná perder posições no ranking nacional de endividados, passando para a 5ª colocação. Até abril de 2024, os paranaenses lideravam a lista de endividados, o que representa uma mudança nos hábitos de consumo das famílias paranaenses. Minas Gerais foi o estado com o maior percentual em 2024, com 90,8%.
A média anual de endividamento no estado foi de 90,1% em 2024, a mais baixa desde 2020. Em comparação, no ano anterior, a média chegou a 94%, o pico da série histórica. Apesar da diminuição, o endividamento no estado continuou acima do percentual nacional, que foi de 76,7% em dezembro de 2024.
A inadimplência também apresentou queda expressiva no estado. A média anual de famílias com contas em atraso ficou em 14%, o menor percentual da série histórica, que chegou a 28,8% em 2018 e registrou 19% em 2023. Em dezembro de 2024, 13,1% das famílias estavam inadimplentes, uma redução em relação aos 14,1% registrados em novembro.
O percentual de famílias sem condições de quitar suas dívidas também diminuiu e atingiu o menor nível em 14 anos, com uma média anual de 4,2% em 2024. Em dezembro, esse índice caiu para 3,6%, consolidando uma melhora significativa na capacidade de pagamento das famílias paranaenses.
Faixa de rendimentos
A redução do endividamento foi observada em todas as faixas de rendimento. Entre as famílias com renda até dez salários mínimos, o índice ficou em 89,2%, enquanto nas famílias de maior renda correspondeu a 85,7%. A inadimplência caiu entre as famílias de menor renda, de 14,9% em novembro para 13,7% em dezembro, enquanto entre as de maior renda manteve-se estável em 10,1%.
O cartão de crédito concentrou 91,4% das dívidas dos paranaenses em dezembro, seguido pelos financiamentos imobiliário (5,4%) e de veículos (5,2%).
Fernando Lamounier, educador financeiro e sócio executivo da Multimarcas Consórcios, explica que a instabilidade econômica do país é o agente dificultador de um padrão de vida financeira saudável para o cidadão. “O endividamento da população pode ser influenciado por diferentes fatores, como a disponibilidade de crédito, taxas de juros, condições econômicas e comportamento de consumo. Atualmente, os brasileiros recorrem ao crédito para atender as necessidades ou desejos imediatos, o que leva ao acúmulo de dívidas”.
O especialista listou algumas dicas para se organizar financeiramente e não entrar no vermelho. Mapear renda total, isto é, salário e rendas extras. Separar as despesas fixas no seu orçamento, como aluguel, condomínio, internet e contas de serviços públicos (água, luz, gás). Esquematizar as despesas variáveis como alimentação, transporte e gastos com saúde. Organizar dívidas e pagamentos, como parcelas de empréstimos e cartão de crédito.(Com Fecomércio-PR)