1) Arapongas tem um grande polo moveleiro, destaque em nível nacional. A cidade, no entanto, ainda precisa avançar substancialmente quando o assunto é inovação, já que não apresenta um ecossistema robusto com diversos entes trabalhando em projetos integrados de pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (P&D), como preconiza o modelo Triplo Hélice. O que sua gestão pretende fazer para criar um ecossistema de inovação forte e integrado?
Arapongas conta com uma Governança de Inovação, a Ninhotech, composta por representantes dos diversos setores da cidade, como rege o modelo de Tríplice Hélice. Esse grupo trabalha no desenvolvimento do ecossistema do município. A governança de inovação desempenha um papel crucial na promoção de inovações nas áreas estratégicas da cidade, como Movelaria, Agronegócio e Materiais & Químicos, e tem como objetivo analisar e apoiar essas lideranças, promovendo a colaboração entre setores público, privado e educacional. Um plano de ação é executado em reuniões quinzenais, onde membros da governança se encontram para impulsionar inovações nestas áreas estratégicas.
A lei nº 5.257, de 01 de novembro de 2023, estabelece Diretrizes e Políticas Públicas para o Programa Municipal de Inovação e Sustentabilidade. Durante a minha gestão, esse tema “inovação” está entre as principais pautas, uma vez que isso envolve o pensamento integrado e coletivo em benefício do todo.
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2) Tecnologia é uma necessidade premente em todos os setores econômicos. A dificuldade está em criar a tecnologia, que exige investimento constante em pesquisa. Arapongas tem um parque tecnológico, porém ele não apresenta projetos integrados com estudos acadêmicos em nível de mestrado e doutorado, os quais geram os melhores resultados. Como o senhor pretende conectar o parque tecnológico com as empresas?
Parque Científico e Tecnológico em Energias Renováveis, Tecnologias Emergentes e Moveleiro (ERTEM) esse é o título do nosso parque tecnológico. Em 2023, participamos do edital de chamamento público 008/2023 “Ambiente Promotor de Inovação no Estado do Paraná”, junto ao Sistema Estadual de Parques Tecnológicos – SEPARTEC, para concessão de recursos financeiros não reembolsáveis destinados a fomentar os Ambientes Promotores da Inovação. Tivemos sucesso e fomos contemplados. O resultado final se deu em junho de 2024; iniciamos então as ações. Hoje, temos um convênio com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná – IFPR, visando a realização conjunta de atividades de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), que busca incentivar o desenvolvimento tecnológico, o aumento da competitividade, a interação entre os ambientes promotores de inovação, empresas, setor produtivo e a sociedade.
3) Quais as estratégias para apoiar o pequeno empreendedor?
Temos hoje na Prefeitura a Sala do Empreendedor, que é o resultado de uma parceria com SEBRAE. Esse é um espaço que oferece serviços e orientações para empreendedores. O objetivo é facilitar a abertura e a regularização das empresas, além de promover o empreendedorismo local. Entre vários serviços, oferecemos orientações financeiras, capacitações em gestão empresarial, educação empreendedora, inscrição municipal, alvará de funcionamento, verificação de processos administrativos e integração com órgãos estaduais e federais.
Toda a população pode participar de forma gratuita, mesmo os que ainda estão em busca de estruturar os seus negócios, que precisam de apoio e orientação para trilhar a jornada da formalização.
*Lucas V. de Araujo: PhD em Comunicação e Inovação (USP).
Jornalista Câmara de Mandaguari, Professor UEL, parecerista internacional e mentor de startups.
@professorlucasaraujo (Instagram) @professorlucas1 (Twitter)