O governo recebeu, nesta segunda-feira (9), oito propostas de empresas interessadas em dois leilões de rodovias que acontecem na quinta-feira (12). Os envelopes foram entregues na sede da B3, em São Paulo.
Quatro propostas foram entregues para disputar a concessão das Rodovias Integradas do Paraná, lote de estradas que faz a ligação da região norte do Paraná com a BR-277, para escoamento para o porto de Paranaguá. Segundo informações obtidas pela reportagem, as empresas que entregaram propostas foram Pátria, 4UM, CCR e EPR.
O Ministério dos Transportes comemorou o resultado, que já garante competição e pode resultar em um pedágio mais barato para o usuário da rodovia, garantindo a mesma exigência de entrega de obras.
Na Rodovias Integradas do Paraná, o traçado previsto na concessão soma 569,7 km, englobando trechos federais (BR-369, 373 e 376) e estaduais (PR-170, 323, 445 e 090). O investimento total previsto ao longo dos 30 anos da concessão é de R$ 15,91 bilhões, sendo R$ 9,87 bilhões em infraestrutura e R$ 6,04 bilhões em ações operacionais e de manutenção.
A oferta inclui a exigência de duplicar 133 km do traçado, além da construção de 24,6 km de faixas adicionais, contornos nas regiões de Ponta Grossa, Apucarana e Califórnia, além de 22 passarelas de pedestres, duas áreas de escape e dois pontos de parada de descanso para motoristas. O objetivo é ampliar a infraestrutura da região destinada ao porto de Paranaguá, que é o segundo maior exportador de soja do país, atrás apenas do de Santos (SP).
RODOVIAS INTEGRADAS DO PARANÁ
Trecho: BRs-369/373/376 e PRs-170/323/445/090
Extensão total: 569,75 km
Tempo de concessão: 30 anos
Investimento em infraestrutura: R$ 9,87 bi
Investimento em manutenção: R$ 6,04 bi
GOIÁS
Outras quatro propostas concorrem pela concessão de um lote de rodovias em Goiás. A chamada "Rota Verde", reúne trechos das BR-060 e 452, em Goiás, incluindo o contorno de Goiânia, até a sua interligação com a BR-153, importante rota do agronegócio na região. Neste segundo lote, os interessados foram BTG, XP, EPR e Aviva, conforme informações obtidas pela reportagem.
A extensão total é de 426 km, com o traçado concentrado no escoamento da cidade de Rio Verde (GO), que é a maior produtora de grãos do Estado e uma das maiores do país, com vocação voltada para produtos como arroz, milho, algodão, sorgo, cana-de-açúcar, feijão e girassol. A região também é conhecida pela presença de indústrias e produção bovina, avícola e suína.
O investimento previsto em infraestrutura do trecho é estimado em R$ 4,03 bilhões, além de outros R$ 2,84 bilhões em manutenção. O plano de obras inclui a duplicação de 31 km e construção de faixa adicional em mais 123 km do traçado. O concessionário deverá construir 14 passarelas de pedestres e um ponto de parada de descanso, entre outras melhorias.
O governo pretende fechar o ano com, ao menos, dez leilões de rodovias realizados. Seis já ocorreram. Na semana passada, uma oferta casada, feita com o governo do Mato Grosso do Sul, não conseguiu atrair interessados para a chamada Rota da Celulose. A proposta, que foi modelada pela gestão estadual, será reavaliada e apresentada novamente.
ROTA VERDE
Trecho: BRs-060 e 452 - Rio Verde, Goiânia e Itumbiara (GO)
Extensão total: 426,2 km
Tempo de concessão: 30 anos
Investimento em infraestrutura: R$ 4,03 bi
Investimento em manutenção: R$ 2,84 bi
Fonte: Ministério dos Transportes