A CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) se prepara para atender os animais mantidos pela ADA (Associação de Defesa Animal), mantida por Anne Moraes (PL), responsável pela entidade até o fim do ano passado, quando foi eleita vereadora. De acordo com a companhia, são 600 animais, entre cães e gatos, que ficarão sob sua tutela até que sejam doados.
A intervenção foi determinada pela Justiça a partir de ação civil pública do MPPR (Ministério Público do Paraná), motivada por denúncias de maus-tratos e precariedade no abrigo dos animais. A parlamentar, eleita em outubro de 2024 com base na imagem de defensora dos animais, diz que não foi notificada judicialmente, até o momento sobre a intervenção, mas que não vai e opor.
Segundo a Procuradora-Geral do Município de Londrina, Renata Siqueira, a administração municipal e a CMTU deixaram de ser réus no processo e passaram a integrar o polo ativo da ação ao lado do Ministério Público, demonstrando apoio à intervenção e compromisso com a causa animal. “Em razão da situação dos animais, houve uma antecipação no prazo judicial para que se apresentasse um plano de trabalho o quanto antes”, explicou.
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A operação será liderada pela CMTU, que indicou o servidor Lucas Ferreira como interventor. A companhia, por meio de sua Diretoria de Bem-Estar Animal, fará o levantamento da real quantidade de animais e coordenará ações de saúde, alimentação e adoção. A primeira feira de doações está marcada para o dia 17 de maio, na Praça Nishinomiya, zona leste de Londrina.
O presidente da CMTU, Fabrício Bianchi, destacou que a estrutura da ADA continuará sendo usada como base física da operação, apesar de irregularidades no contrato de uso do espaço. “A sede atual está em um terreno alugado pela vereadora Anne Moraes, que sublocava o local para a ADA. Essa situação será esclarecida com o Judiciário nos próximos dias”, afirmou.
Anne afirma que a ADA vinha encerrando suas atividades desde dezembro de 2024, e que os cuidados com os animais vinham sendo mantidos por ela pessoalmente e por doações do banco de ração da prefeitura. “A ADA praticamente não tem fonte de renda. Hoje é o meu salário e algumas doações que sustentam os animais”, disse.
Após a desativação, afirma, levou os animais para a própria chácara onde mora, no distrito de Warta. “O local hoje é improvisado, não é ideal. Essa intervenção é importante para que a prefeitura assuma a responsabilidade que também é dela”, declarou.
Apesar da falta de orçamento específico para a intervenção, a Prefeitura trabalha com apoio de voluntários e articulações com o Ministério Público para viabilizar a manutenção temporária do espaço. Segundo a CMTU, o objetivo é concluir o processo de adoção de todos os animais até o fim de 2025. Novos resgates e acolhimentos não estão autorizados neste momento.
A situação da ADA se insere em um contexto mais amplo de discussão sobre políticas públicas para o bem-estar animal em Londrina. Segundo Bianchi, há um esforço conjunto entre a Prefeitura e a Câmara de Vereadores para rever e melhorar as diretrizes de acolhimento e controle populacional de cães e gatos, além de coibir a prática de acúmulo de animais.
A CMTU disponibilizou um canal para quem deseja colaborar com o processo de adoção ou com doações pelo WhatsApp do serviço de Bem-Estar Animal - (43) 99994-8677.