O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, determinou o bloqueio de contas de 43 pessoas físicas e jurídicas suspeitas de financiar atos antidemocráticos a favor do presidente Jair Bolsonaro após sua derrota nas eleições de 30 de outubro.
Leia também: Alckmin anuncia mais 16 grupos de trabalho da transição.
Na decisão tomada no último dia 12 de novembro, sob sigilo, o ministro destaca que os direitos de greve são garantidos pela Constituição, mas os protestos atuais foram criminosos ao "propagar o descumprimento e desrespeito ao resultado do pleito eleitoral [...], com consequente rompimento do Estado Democrático de Direito e a instalação de um regime de exceção".
Leia mais:
Bisneto de Princesa Isabel, Antonio de Orleans e Bragança morre aos 74
Cidades brasileiras crescem mais em encostas e áreas de risco
Bancos fecham nos feriados da proclamação da República e Consciência Negra
Cientistas desenvolvem 1ª caneta de adrenalina brasileira para crises de alergia graves
Desde o último dia 30 de outubro, diversos caminhoneiros contestam o resultado das eleições, cujo petista Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito. Os bolsonaristas, inclusive, bloquearam trechos de rodovias e pediram um golpe militar.
De acordo com Moraes, apelar por "intervenção federal" pode ser considerado crime de Abolição Violenta do Estado Democrático de Direito, cuja pena prevista é de quatro a oito anos de prisão.
A medida do ministro do STF também determina que a Polícia Federal (PF) tome o depoimento de todos os alvos em até 10 dias. Segundo Moraes, o bloqueio das contas é uma forma de evitar a utilização de recursos para financiar atos antidemocráticos e ilícitos.
Além disso, o magistrado reforça que informações prestadas pela Polícia Rodoviária Federal indicam que empresários estariam financiando os atos considerados antidemocráticos "com fornecimento de estrutura completa (refeições, banheiros, barracas, etc.) para a manutenção do abuso do direito de reunião, além do fornecimento de diversos caminhões para o reforço da manifestação criminosa".
Para ele, o "potencial danoso" dos atos ilícitos foi "potencializado" em decorrência da condição financeira dos empresários apontados como envolvidos, tendo em vista que eles possuem "vultosas quantias de dinheiro".
"Esse cenário, portanto, exige uma reação absolutamente proporcional do Estado, no sentido de garantir a preservação dos direitos e garantias fundamentais e afastar a possível influência econômica na propagação de ideais e ações antidemocráticas", concluiu.