O secretário de Segurança Pública do Paraná, Hudson Leôncio Teixeira, afirmou que a situação que vitimou dois jovens no sábado (15), um de 20 e outro de 16 anos, na zona oeste de Londrina, está sob apuração de um IPM (Inquérito Policial Militar), mas não deixou claro se os agentes envolvidos já estão afastados de suas funções nas ruas.
De acordo com ele, uma avaliação de junta médica e psicológica vai definir se têm ou não condição de permanecer em atuação, mas, não esclareceu se, durante essa avaliação, os policiais seguem atuando normalmente.
A morte dos dois jovens no fim de semana foi tratada pela PM como um confronto armado entre eles e duas pessoas que estariam em um veículo utilizado em crimes, que teriam reagido à abordagem policial com pistolas em punhos. Entretanto, amigos e familiares contestam a versão e tratam a situação como execução, porque ambos os jovens trabalhavam e não teriam envolvimento com o crime.
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A situação do fim de semana provocou as manifestações em Londrina na segunda-feira, que começaram pacíficas, mas que tiveram uma escalada de depredações que levou à reação das forças de segurança de Londrina e do Paraná.
Segundo Teixeira, casos como este são investigados pela corregedoria da Polícia Militar e Polícia Civil, além de acompanhados pelo Ministério Público. “As nossas corregedorias, são muito radicais na apuração dos fatos. Os policiais envolvidos serão ouvidos, terão todo o direito que lhe é garantido e nós não faremos nenhum juízo de valor, nenhum prejulgamento da situação, nem da conduta policial, nem da conduta das pessoas que se moveram em confronto”, diz.
De acordo com ele, a apuração interna é conduzida por policiais militares de Maringá, para que haja o devido afastamento pessoal entre investigadores e investigados. Além disso, os agentes envolvidos passam por avaliação de uma banca psicológica e uma junta médica que avaliam a condição para permanecer, durante a apuração, na atividade operacional. “Neste momento, eles [oficiais envolvidos] estão sendo tratados pelos psicólogos e pela junta médica da Polícia Militar do Estado do Paraná”, disse, ao responder qual a atual situação.
Câmeras corporais
A adoção de câmeras nas fardas e viaturas da Polícia Militar do Paraná está em fase de testes, segundo Hudson Teixeira, mas não citou um prazo para a implantação definitiva. “[A adoção] Não é tão simples como as pessoas acham. Nós também queremos ter a ferramenta nas viaturas de polícia para servir como um instrumento de trabalho, para verificar a situação de veículos furtados, com reconhecimento facial de pessoas foragidas. Então, temos o maior interesse que isso aconteça, mas, em benefício da sociedade e da polícia”, diz.
A fase de testes começou em abril de 2024 e, inicialmente, teria um ano de testes em diversas cidades do Paraná, como Londrina, Curitiba e Maringá.
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