Miniconto de Graciela Diana Pucci. Embaixadora da Paz, distinção concedida por Mil Milenios de Paz e pela Peace Ecology and Art Foundation; Membro da REMES (Rede Mundial de Escritores em Espanhol); Membro Honorário do PazIflac (Fórum Internacional de Literatura e Cultura de Paz)
Edições Literarte; Revista Literarte.
SEM DÚVIDAS
De Buenos Aires a Roma a viagem aconteceu sem problemas, um voo quase divertido, pensou Marcos, ou talvez tenha sido o nervosismo que me fez rir tanto.
Durante anos sonhei com essa viagem, queria saber a sua origem. Apenas algumas horas e eu chegaria ao meu destino.
A chegada a Roma ocorreu depois das 5 da manhã, de lá até Lucca a viagem seria feita de trem.
Assim que colocou o pé no degrau do vagão soube que aquele era o momento.
Ele sentou-se ao lado da janela, queria desfrutar da paisagem.
Amanheceu.
A luz desenhava arabescos sem sol, a chuva não ousava cair, os olhos de Marcos guardavam paisagens entre o cinza e o vermelho.
Cidade após cidade, cinza e vermelho, vermelho e cinza.
Uma estação, apenas uma agora, o separava de seu sonho.
Seu coração batia forte, tão forte que era difícil respirar.
Queria abrir a janela, parecia pesada, os braços sem força.
Ele desistiu.
- Attenzione signori passeggieri, prossima stazione Lucca! - ele pensou ter ouvido.
E o ar que não entrava.
E a paisagem que se afastava dos seus olhos.
E a transpiração selvagem que se havia instalado em todo o seu corpo.
E a dor ficando mais forte.
E o apito do trem que anunciava a chegada ao destino.
Apenas conseguia se lembrar do que soube quando embarcou no trem.
Miniconto da poeta e escritora argentina Graciela Pucci
Traduzido do espanhol por Isabel Furini