Jornais, revistas, sites, blogues, falam do bebê reborn.
O assunto tem apoiadores e pessoas que desaprovam, considerando que alguns "pais" dos bebês reborn podem ficar apegados demais aos bonecos hiper-realistas.
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Na crônica que está na continuação, faço uma abordagem desapasionada sobre o assunto.
Bebê Reborn? - Crônica
Se colocar a palavra “reborn” no tradutor do Google aparece “renascida ou renascido”. A palavra está mal-empregada, pois a boneca ou boneco não pode ser nascida/o, nem renascida/o, pois não é um ser humano. Não é um ser de carne e osso, a maioria é de vinil ou silicone. Alguns sustentam que o boneco pode ter uma função terapêutica, talvez, se for indicada por um psicólogo que tem um estratagema para ajudar seus pacientes. Mas, vemos no Tik Tok e outros, comportamentos estranhos de algumas pessoas que, sem indicação médica, tentam preencher o vazio do diário viver com uma boneca ou boneco hiper-realista e se sentem mães ou pais.
Eu sei que bebê de silicone parece real. Tem as bochechas lindas, e um ar ingênuo, mas confundir um boneco com um bebe real é, no mínimo, estranho. É o sonho do Papai Geppetto pedindo a uma estrela cadente que o bonequinho de madeira se transforme em um ser real. É um conto bonito que emocionou gerações.
Mas, muitos filmes de bonecos vivos pertencem a modalidade “terror”. Um dos mais conhecidos é o boneco Chucky lançado em 1988, o título do filme é “Brinquedo assassino”. Foram sete filmes com esse personagem. Chucky agradou e dominou também outras mídias: Tv, quadrinhos, jogos de videogame.
Outro filme de terror foi “The Boy” (Boneco do mal), lançado em 2016, foi dirigido por William Brent Bell. Nesse filme, l uma babá americana fica em um casarão isolado na Inglaterra, para cuidar do filho de um casal de idosos. A babá acha o menino muito estranho, mas, na realidade não é uma criança é um boneco que o casal comprou para lidar com a morte do filho, que havia acontecido 20 anos atrás.
Na ficção os bonecos podem ser seres misteriosos e assustadores. Na vida real os bonecos hiper-realistas, que muitas pessoas confundem com um filho real, podem suprir até certo ponto a necessidade de afeto dos seres humanos, mas o vazio interior permanece, pois os seres humanos temos instinto gregário e, ainda que algumas “mamães de bebê reborn” tentem entrar em filas preferenciais em lojas e mercados, briguem na justiça, nos casos de divórcio para permanecer com o bebê reborn, e até levem seus filhos de silicone para que sejam batizados, no mais íntimo todos sabem que um boneco ou boneca, nunca será um ser humano de verdade. Pinóquio é só o encantador personagem de um conto.
Alguns profissionais da área da saúde mental afirmam que se a pessoa considera o bebê reborn como um jogo não tem problema, mas quando passa a ocupar o lugar de um filho de verdade, é bom consultar um psicólogo.
Isabel Furini é poeta, escritora e palestrante.
Autora de 35 livros.
Seus poemas foram premiados no Brasil, Argentina, Espanha e Portugal.