1) O senhor é autor do projeto de lei que diz respeito aos carroceiros em Londrina, uma lei inovadora que também trata de aspectos sociais e trabalhistas.
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Desde 2011 havia uma discussão em torno desse assunto. Nesse período, diversos prefeitos passaram pela Prefeitura e nenhum tinha conseguido resolver essa questão com o Poder Legislativo. Esse atraso se deve principalmente a uma visão equivocada de que a lei iria acabar com o ganha-pão dos carroceiros e que eu era o principal articulador dessa lei que prejudicaria muita gente. Algumas pessoas também argumentavam de forma equivocada que carroceiro é uma questão cultural e que não deveríamos interferir nisso. No entanto, não penso assim. O que está em pauta ao falar dos carroceiros são as charretes, a questão da tração animal, o fato de que muitos desses carroceiros descartavam resíduos em fundos de vale, contribuindo para poluição ambiental, para o avanço da dengue. Então, além dos maus-tratos havia um problema ambiental e social. O que nós conseguimos, de forma pioneira e inovadora, foi acabar com a tração animal, os maus-tratos e dando condições para que o carroceiro tenha um futuro melhor. Juntamente com a Prefeitura Municipal, nosso gabinete propôs um mecanismo para que esses carroceiros possam ser reinseridos no mercado de trabalho. A Prefeitura entrou com uma contrapartida de um salário mínimo durante seis meses para esses trabalhadores. Ao final desse período, eles terão uma opção de escolher um novo campo de trabalho, por exemplo, recreação infantil, carrinho de pipoca. Daí então a Prefeitura vai dar mais R$ 10 mil para esse carroceiro empreender e iniciar uma nova atividade econômica.
2) Quais são seus projetos para o futuro pensando na causa animal, que é o foco do seu trabalho, mas também nas pessoas, nas famílias, já que tudo está interligado?
Eu gostaria de implantar mais hospitais veterinários públicos na região de Londrina e, quem sabe, em outras cidades do Paraná. O Hospital Veterinário Público de Londrina já trouxe uma grande inovação que foi funcionar 24h por dia de forma totalmente gratuita. Nós conseguimos esse feito para a cidade, mas ainda temos muito o que fazer, principalmente no campo da tecnologia. Muitas pessoas têm dificuldade de acessar o Hospital Veterinário Público porque falta documentação, como o Cadastro Único, o número do CRAS. Pensando nisso, estou elaborando um projeto que busca, juntamente com entidades como a CMTU, criar um aplicativo no qual as pessoas vão colocar todos os dados dela, ela poderá marcar o horário do atendimento e realizar outras tarefas que vão trazer uma agilidade muito grande para ela e para os funcionários do hospital, o que pode reduzir drasticamente a fila de espera que leva horas atualmente. Tenho a pretensão, inclusive, de levar essa proposta para os hospitais da rede pública de saúde humana, de forma que possamos trazer mais agilidade aos serviços de saúde.
*Lucas V. de Araujo: PhD em Comunicação e Inovação (USP).
Jornalista Câmara de Mandaguari, Professor UEL, parecerista internacional e mentor de startups