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Aumento nas vendas

Número de carregadores para carros elétricos dispara, mas setor aponta infraestrutura insuficiente

Paulo Ricardo Martins - Folhapress
07 fev 2025 às 16:37

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- Imagem de User6702303 no Freepik
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Em meio à alta nas vendas de carros elétricos, a indústria automobilística registrou um salto no número de pontos de recarga públicos e semipúblicos (em locais como shoppings e supermercados) instalados no Brasil. Apesar disso, especialistas afirmam que o montante ainda não supre a infraestrutura de carregamento do país.

Outro problema é que a grande maioria dos carregadores instalados atualmente são do tipo AC, mais lentos. Se o modelo rápido (também chamado de DC) completa a carga de um veículo em um tempo que varia de 20 minutos a uma hora, o equipamento lento pode levar até cinco horas, segundo a ABVE (entidade da qual fazem parte marcas como BYD, GWM e Volvo).

De acordo com um levantamento da Tupi Mobilidade e da ABVE, o Brasil tinha em dezembro cerca de 12,14 mil pontos de recargas públicos e semipúblicos -quase o triplo do montante registrado no mesmo período de 2023 (4.300). Do total observado em dezembro de 2024, apenas 12,5% (pouco mais de 1.500 unidades) eram carregadores DC (rápidos).

Segundo as projeções de Davi Bertoncello, CEO da Tupi Mobilidade e diretor de comunicação da ABVE, o Brasil deve mais que dobrar o número de pontos de recarga rápida em 2025, chegando em dezembro com ao menos 3.500 equipamentos do tipo.

Ele diz que os equipamentos de carga rápida estão evoluindo, com maior eficiência e melhor custo-benefício, o que torna a implementação mais acessível, afirma. Cita também uma intensificação de investimentos privados em eletropostos.

Apesar do otimismo, Bertoncello pondera e diz que a infraestrutura de recarga ainda é um desafio no país.
"É uma questão importante. Hoje, os carregadores rápidos ainda representam uma parcela pequena do total, e isso pode, sim, gerar certa preocupação para novos consumidores."

Um estudo da McKinsey divulgado no ano passado mostrou que cerca de 38% dos proprietários de veículos elétricos no Brasil diziam considerar voltar para carros movidos a combustíveis fósseis. Os entrevistados disseram estar insatisfeitos com a infraestrutura de recarga no país.

Na Europa, o número de pessoas que consideram voltar para o carro a combustão chegou a 25% e nos EUA, 50%. Entre os americanos, porém, as reclamações estão mais direcionadas à experiência com os veículos.
"Há um desafio, mas o crescimento acelerado e o avanço da tecnologia devem equilibrar essa questão em breve", diz Bertoncello.

Na visão de Thiago Castilha, sócio da empresa de carregadores E-Wolf, a chegada de novas montadoras do segmento ao Brasil deve impulsionar a instalação de carregadores rápidos neste ano. Segundo ele, a oferta desses equipamentos acompanha a demanda por carros elétricos.

Castilha afirma que teve de aumentar a equipe de instalação e de engenharia no ano passado devido à demanda por carregadores. Segundo ele, atualmente a taxa de ocupação dos pontos de recarga variam entre 80% e 90%. "Você não vê o carregador rápido sem ter alguém usando."

Para Milad Kalume, consultor de mercado automotivo, alguns fatores explicam o patamar defasado de carregadores no país. Além do alto custo de instalação, ele diz haver dificuldade para cobrir todo o território nacional, que tem dimensões continentais.

Segundo Kalume, o Brasil está mais atrasado no uso dessas tecnologias na comparação com Europa, EUA e China. "Existe uma evolução evidente dentro da parte de carregamento de eletropostos no mercado brasileiro de 2023 para 2024, mas ainda está aquém das necessidades do mercado brasileiro."

De acordo com a ABVE, as vendas de veículos eletrificados (elétricos e híbridos) bateu recorde em 2024. Foram quase 177,4 mil carros desse tipo comercializados, um crescimento de 89% na comparação com o ano anterior.

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