Os acidentes envolvendo motocicletas e os atropelamentos foram os tipos de ocorrência de maior letalidade nas ruas de Londrina em 2024, segundo levantamento do IML (Instituto Médico-Legal) de Londrina, divulgado na manhã desta quarta-feira (5). Ainda de acordo com as estatísticas apresentadas, a influência de álcool e o excesso de velocidade são agravantes da violência dos traumas nos acidentados.
O levantamento foi feito pelo médico legista Paulo Vilaça, compilando as ocorrências nas ruas de Londrina – o IML atende 34 cidades da região. De acordo com ele, o trabalho começou ante a percepção da violência dos acidentes de trânsito.
Em todo o ano de 2024, o IML cuidou do caso de 56 óbitos em ocorrências nas ruas de Londrina. O número difere do divulgado pela CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) no dia 31 de janeiro, que informou 63 mortes violentas no trânsito.
Leia mais:
Homem é preso acusado de violências sexuais contínuas contra uma cachorra no Paraná
Índia oferece recompensa de US$ 1 milhão para quem decifrar mensagem antiga
Alta da inflação de alimentos sob Bolsonaro contradiz boné 'comida barata novamente'
Lula diz que tem aliança forte com PSD e que não é hora de discutir vice de 2026
Isso ocorre porque a metodologia adotada foi a de contemplar os casos em que foi possível rastrear os sinistros, com bases em BOs (boletins de ocorrência) para guias de necrópsias, encaminhamentos hospitalares e outras bases de dados oficiais disponíveis. “A CMTU tem uma outra fonte de dados e consegue esses números antes da gente [IML]. Nós tivemos 12 casos que não sabíamos se ocorreram dentro de Londrina. Mas, cruzando os números com o da CMTU, tivemos a certeza de, pelo menos, sete, chegando aos 56”, explica Vilaça.
A estatística apresentada pelo IML indica que os homens são as principais vítimas fatais no trânsito, uma vez que 46 óbitos foram de pessoas do sexo masculino e 10, feminino. Já em relação ao tipo de trauma, as motos são as mais perigosas: das 56 mortes atendidas pelo IML no ano passado, 29 (51,8%) envolviam este tipo de veículo. Fatalidades por atropelamento vêm logo em seguida, com 12 (21,4% do total); vítimas em automóveis foram 9 (16,1%) e ciclistas foram 4 (7,1%).
A ingestão de álcool é um agravante, de acordo com o estudo de Vilaça. Entre as vítimas fatais, um a cada quatro (25%) ciclistas e vítimas de atropelamentos tiveram a presença da substância detectada por exame toxicológico. No caso dos motociclistas, a bebida alcoólica foi identificada em 13,9% dos casos e, nos acidentes de automóveis, detectada em 11% das vítimas fatais.
Entretanto, Vilaça alerta que este número pode ser maior, uma vez que não é possível fazer o exame toxicológico em pacientes que morreram após intervenção médico-hospitalar.
Idades e tipos de locomoção
O levantamento do IML comprovou que as motocicletas vitimam mais os jovens, enquanto pessoas mais velhas são vítimas mais graves em casos de atropelamento. De acordo com os atendimentos feitos em 2024, a idade média dos motociclistas que morreram em acidentes é de 37,3 anos, enquanto a idade das mortes por atropelamento é de 63,4 anos. As vítimas de acidentes de carro têm, em média, 46,5 anos e de bikes, 44,5 anos.
De acordo com Vilaça, a idade é um fator que pode agravar tanto a ocorrência de sinistros quanto a gravidade dos ferimentos. Nos atropelamentos, enquanto uma pessoa mais jovem pode se recuperar mais rapidamente, os mais velhos, em alguns casos, além de terem mobilidade, visão e audição debilitados, ainda sofrem lesões mais graves e difíceis de tratar e podem se machucar mais,
Em relação às causas das mortes, 22 da vítimas morreram de politraumatismo (ferimentos em vários pontos do corpo), 17 de trauma no crânio e nove, de trauma no tórax.