O ano começou com queda nas vendas de automóveis. De acordo com a Fenabrave (entidade que representa as revendedoras), foram emplacadas 193.464 unidades em janeiro, número 3,2% inferior ao mesmo mês de 2019. A conta inclui carros de passeio, veículos comerciais leves, ônibus e caminhões.
Em relação a dezembro, a queda nos licenciamentos é de 26,3%. Contudo, esse resultado já era esperado: o último mês de cada ano sempre registra um pico de comercialização.
"Dezembro, tipicamente, é um mês muito forte, já que as marcas oferecem promoções antes do Natal", disse Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave.
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O dado que preocupa é a retração já no primeiro mês do ano, pois 2020 é visto com otimismo pelas associações do setor automotivo.
A Anfavea, que representa as montadoras, prevê crescimento de 9,4% dos emplacamentos neste ano. O foco está no varejo, onde a rentabilidade é maior quando comparada às vendas diretas, modalidade que tem as locadoras como principais clientes.
Entretanto, os dados divulgados pela Fenabrave mostram que o início do ano ainda não dá sinais de melhora na comercialização a pessoas físicas.
As vendas diretas de carros de passeio e veículos comerciais leves cresceram 3,5% na comparação entre os meses de janeiro. No varejo, há queda de 7,3% no acumulado deste ano em relação a 2019.
De acordo com Assumpção, a mudança nas placas em São Paulo, que desde o dia 31 passou a adotar o padrão Mercosul, fez alguns milhares clientes retardarem a compra de um carro novo. Para o executivo, esse público deve retornar às lojas neste início de fevereiro.
É uma aposta, que só vai se confirmar no fim do mês e ainda sob o risco de nova queda. Em 2019, a terça-feira de Carnaval caiu no dia 5 de março. Neste ano, o feriado será em 25 de fevereiro, o que representa menos dias úteis de vendas.
O segmento caminhões foi o que apresentou resultado melhor no início do ano, com alta acumulada de 3,66% em 2020 em relação ao ano anterior. Foram vendidas 7.186 unidades em janeiro.
A Fenabrave mantém a previsão de crescimento para 2020 e é mais otimista que a Anfavea. A entidade que representa as distribuidoras acredita que as vendas totais terão alta de 9,7% neste ano. O cálculo é mais amplo: além de veículos leves e pesados, inclui motocicletas e implementos agrícolas.
A crença nos bons resultados vem do histórico recente de retomada e da queda na taxa básica de juros, que ainda não se refletiu no custo do crédito para financiamento automotivo.