A rápida disseminação do vírus influenza A/H1N1 pelo planeta mostra a queda das fronteiras geográficas. Seja por trabalho ou lazer, as pessoas estão viajando mais, o que amplia o risco de transmissão e aquisição de doenças infectocontagiosas. Para ter uma ideia, o turismo no Brasil cresceu 76% entre 2000 e 2005.
Os impactos dos frequentes deslocamentos na qualidade de vida da população levaram a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) a elaborar o Guia de Vacinação do Viajante Brasileiro, com apoio da Sanofi Pasteur, a divisão de vacinas do grupo Sanofi-Aventis. O lançamento ocorre neste sábado (29), durante as XI Jornada Nacional de Imunizações e VI Jornada Fluminense de Imunizações, no Rio de Janeiro.
"Esperamos que esse guia torne-se um importante instrumento para auxiliar a atuação de profissionais da área da saúde", explica a vice-presidente da Sbim, Isabella Ballalai. "Infelizmente, ainda não existe uma vacina contra a gripe A/H1N1, mas há uma série de doenças, tão ou mais perigosas, que podem ser evitadas com a imunização. Além de ser um cuidado pessoal, a vacinação é um cuidado coletivo, evitando que doenças sejam introduzidas ou mesmo reintroduzidas no país por viajantes", completa.
Elaborado com suporte de especialistas em imunizações e doenças infecciosas, o guia é dividido em três partes. A primeira aborda o que é medicina do viajante, riscos para aquisição de doenças contagiosas e viagem a trabalho. "É importante lembrar que a viagem profissional tem características especfícas, como a responsabilidade da empresa com a saúde do empregado e o fato de o trabalhador ser vetor e propagador de doenças infecciosas", observa Ballalai.
A segunda parte do guia é dedicada especificamente à vacinação do viajante. Há destaque para seus critérios básicos e detalha as principais doenças que podem ser prevenidas com a imunização, como: hepatites A e B, doença meningocócica, febre tifoide, sarampo, febre amarela, cólera e diarreia do viajante. "A diarreia do viajante pode afetar mais de 80% das pessoas que se deslocam pelas áreas de risco. A hepatite B é uma infecção de distribuição mundial. Segundo a OMS, existem dois bilhões de pessoas infectadas no mundo", explica a especialista Flávia Bravo, que é membro da SBIm e da Sociedade Internacional de Medicina do Viajante (ISTM, na sigla em inglês).
Cuidado redobrado
Outro tópico abordado na publicação é a vacinação do viajante em condições clínicas especiais, tais como idosos, crianças, gestantes, pessoas com doenças crônicas e imunodeprimidos. "De modo geral, esses indivíduos estão sujeitos a riscos maiores de aquisição de doenças infecciosas e de complicações decorrentes do adoecimento, por isso precisam receber orientações específicas sobre imunização", afirma a vice-presidente da SBIm, Isabella Ballalai.
O Guia de Vacinação do Viajante Brasileiro da SBIm traz ainda, na terceira parte, um quadro resumido das principais vacinas indicadas para quem vai viajar, o que é definido pelo médico a partir da necessidade de colocar as imunizações do viajante em dia e da avaliação da condição de saúde: estado geral, doenças pré-existentes, idade, por exemplo. Além disso, da análise do roteiro de viagem, com o objetivo de mapear os riscos associados à ocorrência de doenças infecciosas em cidades brasileiras e de outros países e das chances de exposição ao risco conforme a programação de viagem (regiões de mata, serra, mar, situação de higiene e de assistência à saúde, por exemplo). Outros anexos são os calendários de vacinação da SBIm, mapas que indicam áreas endêmicas de algumas doenças, surtos e casos isolados de doenças no Brasil e no mundo e sites relacionados ao tema. O guia tem o apoio da Sanofi Pasteur.